In the beginning it was Babel.
The truly sensorial dimension of any language is spectral.
It manifests itself only in inframince contrasts (in the language, between different languages).
What does it mean to truly understand a language, to speak it? It means complete intoxication.
I intend the following as an apothecary shop. It is an entry for the infinite labyrinth of caves, in which you are necessarily already lost (because there is no way out). And of course none of this is original, it is rather the only thing ever to learn about. And forget. An infinite task, to liberate Sisyphus.
A linguagem foi tão completamente desgastada, ao longo de um processo histórico de modernização provavelmente em muitos aspectos irreversível, que às pessoas que por alguma razão precisam recusar o imperativo de instrumentalização generalizada não resta senão valer-se de outras línguas não maternas pra estranhar a língua própria. Caminho sem volta que não é outro que a mais exata contrafacção da globalização vendida em folders de agências de viagem, cursinhos de língua, em suma, no anúncio publicitário do seu youtuber favorito.
Prosódia, Fonética e Fonologia
[*** uma coisa que é bastante útil você pensar quando trabalha com uma língua em termos de estímulo auditivo, é que vc está, antes de mais nada diante de um fluxo; as unidades de som (as unidades fonéticas) não são como objetos separados, articulados individualmente; ao contrário, elas são antes como que meros pontos de apoio, em que o fluxo é "interrompido", "desviado", "refletido", até mesmo "difratado" (como ocorre de fato com ondas de som e luz); esses apoios não constituem a massa do som, que é um fluxo amorfo mais robusto e contínuo, mas são efeitos nessa massa; só que, com relação à linguagem, esses efeitos, esses apoios mínimos (próximos do "quase nada") constituem justamente o que é mais fundamental; pra que você possa perceber esses efeitos vc precisa como que liberar sua atenção da massa sonora enquanto tal e dirigi-la (dirigir a sua atenção) para esses efeitos sutis, para essas variações mínimas de movimentos, essas "articulações", em que se apoia o sentido (elas como que moldam, modulam, colorem a massa sonora, quase como que de uma outra dimensão); procure prestar atenção, sem "fazer força" e sem se preocupar em entender necessariamente o que está sendo dito, no tipo de som emitido pela pessoa (pois os falantes tem diferentes modos de articular, e às vezes, nos casos mais difíceis, vc precisa intuir como aquela pessoa em particular articula): é uma vogal? uma vogal isolada ou um ditongo? que tipo de vogal? é uma consoante? é uma consoante líquida, fricativa, ou oclusiva? de que tipo (labial, gutural, nasal)? é um ritmo de quantas sílabas (duas, três, quatro)? exercitando a atenção dessa forma (mas isso é sem forçar, você não está trabalhando com pesos em uma academia, e lembre-se de que o peso, a massa não é o que importa), ela vai naturalmente adquirindo a agilidade necessária pra distinguir coisas no fluxo sonoro com segurança e de forma quase automática, e você vai ser capaz de entender mais facilmente o sentido do que é dito;]
- a quantidade em latim afeta a significação das palavras, e isso tanto no que diz respeito ao radical (os) quanto no que diz respeito aos sufixos (rosa) (recurso fonológico "fino", que se perde, primeiro nas sílabas átonas e depois nas tônicas); recurso substituído por diferenças de timbre: longas/fechadas, breves/abertas (Elia, p. 157; cf. 158ff [?]); desfonologização da quantidade e fonologização da abertura (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 128) [por influência franca, a quantidade se fonologiza na Franca em certos períodos (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 130)] [apenas vogais de abertura média 'o' e 'e'?];
- ainda sobre prosódia: "Bajo la influencia del acento dinámico, la vocal pronunciada con mayor intensidad se alargaba, cualquiera que fuera su cantidad originaria, mientras se abreviaba la vocal de las sílabas inacentuadas. La cantidad de la vocal llegó a subordinarse al acento y se desfonologizó. De este modo el acento se hizo independiente de la cantidad, se convirtió en elemento móvil y, por consiguiente, recuperó su valor fonológico. El hecho se puede seguir en el nuevo sistema de versificación..." (Iorgu Iordan y Maria Manoliu, Manual de lingüística románica. Revisión, reelaboración y notas por Manuel Alvar. Madrid: Editorial Gredos, 2004, tomo I, p. 123; cf. Meillet, A. et Vendryes, J., Traité de Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 119-125); [cf. Spina: "três foram as modalidades de versificação românica desde o momento em que a métrica clássica foi sendo suplantada por uma nova sensibilidade rítmica, baseada na intensidade e na contagem silábica: versificação isossilábica... versificação amétrica... versificação acentual ou rítmica..." (Segismundo Spina, Manual de Versificação Românica Medieval, Cotia: Ateliê Editorial, 2003, p. 21)];
- tendência maior do latim vulgar aos paroxítonos (transformação de proparoxítonos em paroxítonos) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 124);
- ditongação das vogais acentuadas (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 128-29) [apenas vogais de abertura média 'o' e 'e'?];
- tendência a desaparecimento de diferenças entre vogais médias [abertura?] não acentuadas (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 151);
- redução das distinções de abertura [vogais] em sílaba final (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 152);
- consoantes: tendência a desaparecimento das geminadas [relação com desfonologização da quantidade] (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 141, 166) [em latim, o número de consoantes era menor, mas havia um grande número de "fonemas de consoantes", por causa da diferença de quantidade (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 165)]; (exceção do italiano, Iordan y Manoliu, tomo I, p. 169);
- a quantidade em latim afeta a significação das palavras, e isso tanto no que diz respeito ao radical (os) quanto no que diz respeito aos sufixos (rosa) (recurso fonológico "fino", que se perde, primeiro nas sílabas átonas e depois nas tônicas); recurso substituído por diferenças de timbre: longas/fechadas, breves/abertas (Elia, p. 157; cf. 158ff [?]); desfonologização da quantidade e fonologização da abertura (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 128) [por influência franca, a quantidade se fonologiza na Franca em certos períodos (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 130)] [apenas vogais de abertura média 'o' e 'e'?];
- ainda sobre prosódia: "Bajo la influencia del acento dinámico, la vocal pronunciada con mayor intensidad se alargaba, cualquiera que fuera su cantidad originaria, mientras se abreviaba la vocal de las sílabas inacentuadas. La cantidad de la vocal llegó a subordinarse al acento y se desfonologizó. De este modo el acento se hizo independiente de la cantidad, se convirtió en elemento móvil y, por consiguiente, recuperó su valor fonológico. El hecho se puede seguir en el nuevo sistema de versificación..." (Iorgu Iordan y Maria Manoliu, Manual de lingüística románica. Revisión, reelaboración y notas por Manuel Alvar. Madrid: Editorial Gredos, 2004, tomo I, p. 123; cf. Meillet, A. et Vendryes, J., Traité de Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 119-125); [cf. Spina: "três foram as modalidades de versificação românica desde o momento em que a métrica clássica foi sendo suplantada por uma nova sensibilidade rítmica, baseada na intensidade e na contagem silábica: versificação isossilábica... versificação amétrica... versificação acentual ou rítmica..." (Segismundo Spina, Manual de Versificação Românica Medieval, Cotia: Ateliê Editorial, 2003, p. 21)];
- tendência maior do latim vulgar aos paroxítonos (transformação de proparoxítonos em paroxítonos) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 124);
- ditongação das vogais acentuadas (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 128-29) [apenas vogais de abertura média 'o' e 'e'?];
- tendência a desaparecimento de diferenças entre vogais médias [abertura?] não acentuadas (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 151);
- redução das distinções de abertura [vogais] em sílaba final (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 152);
- consoantes: tendência a desaparecimento das geminadas [relação com desfonologização da quantidade] (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 141, 166) [em latim, o número de consoantes era menor, mas havia um grande número de "fonemas de consoantes", por causa da diferença de quantidade (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 165)]; (exceção do italiano, Iordan y Manoliu, tomo I, p. 169);
- ditongos originais do latim: "ae" (reduzido a "e"), "oe" (reduzido a "e"), "au" (as vezes passa a "o", em português evolui para "ou", que no séc. XV alterna com "oi" (Elia, p. 167-68);
modificações ditas "românicas" mas que já começam a afetar o latim em períodos bem anteriores (clássico e arcaico):
- ae > e
- qu > c (quom/cum)
Iorgu Iordan y Maria Manoliu, Manual de Lingüística Románica. Revisión, Reelaboración Parcial y Notas por Manuel Alvar. Madrid: Gredos, 2004, tomo I, p. 28
modificações ditas "românicas" mas que já começam a afetar o latim em períodos bem anteriores (clássico e arcaico):
- ae > e
- qu > c (quom/cum)
Iorgu Iordan y Maria Manoliu, Manual de Lingüística Románica. Revisión, Reelaboración Parcial y Notas por Manuel Alvar. Madrid: Gredos, 2004, tomo I, p. 28
"Como traços fonéticos importantes, que separam a România Ocidental da Oriental, temos... perda do -s a Leste (Itália, Dácia) e sua conservação a Oeste (Récia, Gália, Ibéria).../ Esse processo fonético trouxe repercussões à Morfologia. As línguas que não perderam o -s, mantiveram-no como flexão de plural... Já o italiano e o romeno... tiveram de apelar para outro tipo de formação. Daí o se terem valido do nominativo plural da 1a declinação (ae/e) e da 2a declinação (i) [latinas]."
Outras características da România Ocidental, além da "conservação do s": "sonorização das surdas intervocálicas, palatalização do grupo -ct-"; no caso da Gália, ainda: queda da consoante após sonorização ("-atis> -ades> ais"), "passagem de u a ü"; Silvio Elia, Preparação à lingüística românica (Rio de Janeiro, 2004), p. 122-23, cf. 192-94.
- "pl", "cl" e "fl" iniciais: francês mantém (plein, clé, flamme); com palatalização, o "l" se transforma em "iode", que o italiano mantém (pieno, chiave, fiamma); prossegue a palatalização no espanhol (lleno, llave, llama) e português (cheio, chave, chama) (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 64);
- característica do espanhol: o "f" inicial passa a "h" (exceto no caso de "fo", que ditonga em "fue") (Brito et al, p. 66);
***intacco palatale de c e g antes de e e i (Elia, p. 186-88).
Na península ibérica, "caráter diferencial do castelhano" (com relação ao português e ao catalão); por exemplo: ditongação de e e o tônicos (piedra, fuego); "todas as vogais latinas se mantiveram como tais em português" (Elia, p. 126) (***mas a "quantidade" deixa igualmente de ser importante: Elia, p. 156).
***Como o espanhol, o francês e italiano também ditongam [vogais e e o]; espanhol ditonga em sílabas fechadas (além de nas abertas), o francês ditonga tanto vogais originalmente breves quanto longas (Elia, p. 159, 169). ***"Deve-se observar que, a partir do séc. XII, se dá em francês um movimento regressivo, no sentido da monotongação..." (Elia, p. 172). ***Ainda sobre a ditongação: considerações sobre a influência dos "germanos [que] distinguiam fortemente as vogais longas e breves" (Elia, p. 120, 175).
*** quando há ditongação, o "e" breve do latim se transforma sempre em "ie" {pie, piede, pied}; o "o" breve do latim em "ue" (espanhol), "uo" (italiano) e "eu" (frances) {nuevo, nuovo, neuf} (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 64);
Características típicas do português: queda do l e n intervocálicos e nasalização da vogal (cor, mão) (Elia, p. 127-128).
***no francês atual, a -s final [típica da România Ocidental] se pronuncia apenas em casos de liaison, e a oposião sing./pl. "se marca mediante el predeterminante, cuyo empleo se hizo casi obligatorio" (Iordan y Manoliu,, tomo I, p. 229);
***raddoppiamento vs. liaison: tre kkani (tres canes); les enfants (Elia, p. 101-02)
***conservação das vogais átonas finais em italiano: Elia, p. 166; outra característica do italiano: conservação de geminadas com valor fonológico (Elia, p. 195);
Outras características da România Ocidental, além da "conservação do s": "sonorização das surdas intervocálicas, palatalização do grupo -ct-"; no caso da Gália, ainda: queda da consoante após sonorização ("-atis> -ades> ais"), "passagem de u a ü"; Silvio Elia, Preparação à lingüística românica (Rio de Janeiro, 2004), p. 122-23, cf. 192-94.
- "pl", "cl" e "fl" iniciais: francês mantém (plein, clé, flamme); com palatalização, o "l" se transforma em "iode", que o italiano mantém (pieno, chiave, fiamma); prossegue a palatalização no espanhol (lleno, llave, llama) e português (cheio, chave, chama) (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 64);
- característica do espanhol: o "f" inicial passa a "h" (exceto no caso de "fo", que ditonga em "fue") (Brito et al, p. 66);
***intacco palatale de c e g antes de e e i (Elia, p. 186-88).
Na península ibérica, "caráter diferencial do castelhano" (com relação ao português e ao catalão); por exemplo: ditongação de e e o tônicos (piedra, fuego); "todas as vogais latinas se mantiveram como tais em português" (Elia, p. 126) (***mas a "quantidade" deixa igualmente de ser importante: Elia, p. 156).
***Como o espanhol, o francês e italiano também ditongam [vogais e e o]; espanhol ditonga em sílabas fechadas (além de nas abertas), o francês ditonga tanto vogais originalmente breves quanto longas (Elia, p. 159, 169). ***"Deve-se observar que, a partir do séc. XII, se dá em francês um movimento regressivo, no sentido da monotongação..." (Elia, p. 172). ***Ainda sobre a ditongação: considerações sobre a influência dos "germanos [que] distinguiam fortemente as vogais longas e breves" (Elia, p. 120, 175).
*** quando há ditongação, o "e" breve do latim se transforma sempre em "ie" {pie, piede, pied}; o "o" breve do latim em "ue" (espanhol), "uo" (italiano) e "eu" (frances) {nuevo, nuovo, neuf} (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 64);
Características típicas do português: queda do l e n intervocálicos e nasalização da vogal (cor, mão) (Elia, p. 127-128).
***no francês atual, a -s final [típica da România Ocidental] se pronuncia apenas em casos de liaison, e a oposião sing./pl. "se marca mediante el predeterminante, cuyo empleo se hizo casi obligatorio" (Iordan y Manoliu,, tomo I, p. 229);
***raddoppiamento vs. liaison: tre kkani (tres canes); les enfants (Elia, p. 101-02)
***conservação das vogais átonas finais em italiano: Elia, p. 166; outra característica do italiano: conservação de geminadas com valor fonológico (Elia, p. 195);
- em português: assimilação do ritmo acentual do árabe pelos moçárabes: aumento do número de oxítonas (açãfrão); surgimento de paroxítonas em consoante (açúcar), vulgarização de proparoxítonas (Elia, p. 106);
- em português e espanhol: aglutinação do artigo árabe (al) ao substantivo: alfaiate, ataúde... [processo característico da Península Ibérica, que não ocorre em casos de "palavras... recebidas diretamente do árabe genuíno das classes dominantes" (Elia, p. 107), e não ocorre na Itália (Elia, p. 108)/ açucar vs. zuchero (?)];
- em espanhol: existência de uma única sibiliante: [s] (ligeiramente palatalizada); existência de duas fricativas que não existem em português: [θ] [x]; indistinção na pronúncia de "b" e "v"; "m" e "n", ao contrário do português e do francês, não indicam nasalidade de vogal; "r" é sempre alveolar (nunca uvular); timbre das vogais "e" e "o" é sempre fechado;
- em português e espanhol: aglutinação do artigo árabe (al) ao substantivo: alfaiate, ataúde... [processo característico da Península Ibérica, que não ocorre em casos de "palavras... recebidas diretamente do árabe genuíno das classes dominantes" (Elia, p. 107), e não ocorre na Itália (Elia, p. 108)/ açucar vs. zuchero (?)];
- em espanhol: existência de uma única sibiliante: [s] (ligeiramente palatalizada); existência de duas fricativas que não existem em português: [θ] [x]; indistinção na pronúncia de "b" e "v"; "m" e "n", ao contrário do português e do francês, não indicam nasalidade de vogal; "r" é sempre alveolar (nunca uvular); timbre das vogais "e" e "o" é sempre fechado;
- dificuldade do francês: inúmeras consoantes podem ser mudas em final de palavra (e na verdade também vogais são mudas, beurre, caisse, gare, idée {só o primeiro "e" é pronunciado}, panne, rythme, théâtre... [em todos esses casos, a consoante "final oral" é pronunciada de forma bem articulada] [em panorama, o "a" é pronunciado]): "t" [art, baccaulauréat, bruit, dit, fait, fort, fruit, haut, immediat, mot, nuit, part, peint, petit, point, pot, rat, saut, tout, vert, veut, mas há exceções como contact, concept, sept , dix-sept {nesses últimos dois casos, o "p" não é pronunciado}]; "s" [mudo quando indica plural (exceto em liaison), ils; mudo em outras situações e inclusive em final de sílaba: allons, alors, bas, cas, cours, dans, discours (apenas o final), États-Unis ("t" e "s" mudos, como impôts, só que há uma liaison), exquis, fonds ("d" e "s" mudos), jus, nors, nous, pays, sans, sous, succès, travers, univers, vous; há exceções: bus, fils {fis}, sens, tennis, tous {nem todos os casos}, construire, escalier, pastille, prescrire, sousevaluer]; "d" [attend, chaud, fond, grand, laid, nord, nord-est {norest}, quand, repond, rond, tard (exceção: sud)]; "r" se vem depois de "e", em geral é mudo: aimer, Alger (não é o caso de car, partir, parvenir); "p", champ, coup, temp, trop [também final de sílaba], "ps" [corps]; "c" [casos como blanc, mas pronunciado em avec], "(c)t" [casos como instinct]; "l" [fil, oeil, outil, seuil, travail mas em aile, ciel, fil, musical, seul, é pronunciado]; "b" [aplomb]; "x" [prix]; "z" [chez]; "g" [long, sang]; "q" [cinq]; "f" [nerf] (mas em aperitif, neuf, tarif o "f" se pronuncia); aquarium, maximum, jean são casos em que a consoante final é pronunciada;
- essa característica da língua opera na distinção de gênero (com o acréscimo do "e" no feminino, passa-se a pronunciar a consoante final; trata-se da chamada oposição zero/consoante para diferenciação de gênero): chat/chatte, chaud/chaude, divers/diverse, exquis/esquise, grand/grande, haut/haute, laid/laide, lent/lente, marchand/marchande, petit/petite, plat/plate, point/pointe, prêt/prête, saint/sainte, tout/toute [Annie Monnerie, Le français au présent (Paris: Didier, 1987), p. 6] [Iorgu Iordan y Maria Manoliu, Manual de lingüística románica. Revisión, reelaboración y notas por Manuel Alvar. Madrid: Editorial Gredos, 2004, tomo I, p. 152];
- em liaison (diferente de encadeamento consonantal, porque a consoante é pronunciada apenas no encadeamento), "s", "x" e "z" têm som de [z]; "d" e "t" têm som de [t]; "f" tem som de [v] {sempre?}; "p" tem som de [p], "n" tem som de [n]; [a liaison deve ocorrer em casos como os seguintes: determinante e nome, adjetivo e nome {les enfants, quelques instants, neuf heure [som de v]}; determinante e adjetivo {?}; pronome pessoal e verbo {nous allons}, verbo e pronome pessoal; verbo e en/y; verbo être e predicado {est ancient, est individuel, etait enfesté, c'etait un, etait un pantin, seront interrompus, sommes ici}; avoir/être e particípio {avaient fait, ont affirmé, sommes allés, serait embarque, s'est étalé}; preposição {uma sílaba (só?)} elemento que ela rege {dans une}; adverbio {sobretudo uma sílaba} e elemento posposto que ele modifica {plus important, tout aussi, tout autant} {mas não advérbio interrogativo acentuado, apesar de poder ser ouvida em alguns casos de linguagem familiar: quand est-ce que, quand il}; substantivo plural e adjetivo que o qualifica e segue {dispositions intellectuelles}{?}; verbo e complemento {representait un (?), fait echo (?), c'est a, c'est au, vous êtes en communication, est à la hauteur, je vais à, vit en Afrique, se trouvait encore}; outros casos: devait être, devrait impliquer, pouvent attendre, pouvant accueillir, pourrait activer, pourrait occasioner, voulait aller, on va tous en faire] [a liaison não deve ocorrer em casos como os seguintes: antes de h aspirado; depois de et; ***depois de substantivo singular; a liaison não ocorre entre grupos rítmicos diferentes, ocorre no interior de um grupo rítmico e é obrigatória nos casos de coesão lexical e sintática maximal; Lucille Charliac & Annie-Claude Motron, Phonétique Progressive du Français (Paris: CLE, 2006), p. 30];
- aspiração do 'h' inicial em francês (influência do superstrato germânico) (afeta atualmente fenômenos de elisão e encadeamento: la haine. je hais, la haute couture, la honte, quelle honte, une halte);
- "m" e "n" em final de sílaba indicam nasalidade da vogal que os precede (como em português); mas as vogais nasais francesas são de timbre aberto (ɛ, ɔ, ɑ); além disso, em geral, nem o "m" nem o "n" são pronunciados [exceções: homme (ɔm), comme (kɔm), aquarium] (Ana Maria Brito et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 45, 48); exemplos: (ɛ) [representado em geral por "in"] cinq, distinction, distinguer, frein, instant, instinct, inviter, labyrinth, linguiste, linguistique, main, peint, plaindre, plein, poussin, soudain, vingt; (œ) [representado em geral por "un"] commun, un, jeun; (ɑ) [representado em geral por "en", "em"] accident, chambre, champ, cependent, comment, emporter, enfoncer, engraisser, entendre, entrer, instant, lent, penser, quand, rendre, sens; maintenant (ɛ,ɑ), lendmain (ɑ,ɛ); [relevância da nasalidade para o português e o francês (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 161)];
- existência de fonemas vocálicos médios anteriores labiais em francês (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 159); [œ] [som de "é", labializado] (representado por "oeu" e "eu") (automateur, beurre, coeur, couleur, fleur, heure, jeun, meuble, neuf, oeil, ordinateur, peur, seuil, un) ("u" em club tem o mesmo valor), [ø] [som de "e" labializado] (representado por "eu", "eue") (deux, eu, feu, jeu, jeudi, peu, peut, peux, queue);
- [y] (representado por "u" {ou "ue"} {sendo que [u] é representado por "ou"}), circulation, cuisine, du, jus, rue, suivant, voiture (Brito et al, p. 47);
- existência de [ǝ] (como no inglês, mas a diferença é que fortemente labializado {?}); muitas vezes representado pelo "e" {que com acento agudo é pronunciado [e], e com acento grave, [ε], diferença entre, por exemplo, "réformer" [e] e "repartir" [ǝ]} (outros exemplos, fenêtre, repeindre); em final de sílaba deixa de ser pronunciado, em sílabas iniciais ou do meio da palavra também pode "cair" {por exemplo "Je vous r'tire...", "Je r'fuse", "Je te les r'corrige..."} {quando em primeira sílaba de polissílabo, antecedido de dois sons de consoante, não cai: "quel repos?", "premières" (pronuncia fortemente labializada)}; aparece ainda em formas do verbo faire e em monsieur, (Lucille Charliac et Annie-Claude Motron. Phonétique progressive du français. Niveau avancé. CLE International, 2006, p. 36, 39);
- "ill" e "il" representam semivogal [j]: acueillir, billet, bouillant, bouillir, bouillon, bouteille, conseiller, desabiller, famille, feuille, fille, grille, meilleur, pastille, vouillez, accueil, appareil, conseil, oeil, travail (***mas ville e vaudeville se pronuncia [vil]);
- "ti" tem som de [sj] antes de vogal [fonction, fonctionner, fonctionnaire, patience, patient];
- "x" representa [ks], examiner, exerce, expliquer, expresssion, exquis ("cc" em accident tem o mesmo valor) [às vezes é sonorizado {gz} (exeption)] (em six tem som de [s]);
- "gu" (sendo o "u" mudo) aparece antes de várias vogais (não apenas "e" e "i"): fatiguons; o mesmo se dá com "qu", quand;
- antes de vogal, "ch" pode ter valor de [k]: choeur [mas não tem esse valor em psychique]; "(s)ch" tem valor de [k] antes de schizo;
- "b" tem som de [p] antes de consoantes surdas [obsession] (Ana Maria Brito et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 43-47);
- "h" é mudo em souhaiter [swete];
- "ay" representa [ei], pays, paysage, paysanne;
- "oi", representa [wa], nettoie, joie, [e às vezes [wε]: point] [joue se pronuncia "ju"];
- "ai" representa [ε] [exceções, faille, faillir];
- "é" representa [e];
- "o (+ 1 cons.)", "ô" e "au" representam [o] (em outros casos "o" representa [ɔ]);
- essa característica da língua opera na distinção de gênero (com o acréscimo do "e" no feminino, passa-se a pronunciar a consoante final; trata-se da chamada oposição zero/consoante para diferenciação de gênero): chat/chatte, chaud/chaude, divers/diverse, exquis/esquise, grand/grande, haut/haute, laid/laide, lent/lente, marchand/marchande, petit/petite, plat/plate, point/pointe, prêt/prête, saint/sainte, tout/toute [Annie Monnerie, Le français au présent (Paris: Didier, 1987), p. 6] [Iorgu Iordan y Maria Manoliu, Manual de lingüística románica. Revisión, reelaboración y notas por Manuel Alvar. Madrid: Editorial Gredos, 2004, tomo I, p. 152];
- em liaison (diferente de encadeamento consonantal, porque a consoante é pronunciada apenas no encadeamento), "s", "x" e "z" têm som de [z]; "d" e "t" têm som de [t]; "f" tem som de [v] {sempre?}; "p" tem som de [p], "n" tem som de [n]; [a liaison deve ocorrer em casos como os seguintes: determinante e nome, adjetivo e nome {les enfants, quelques instants, neuf heure [som de v]}; determinante e adjetivo {?}; pronome pessoal e verbo {nous allons}, verbo e pronome pessoal; verbo e en/y; verbo être e predicado {est ancient, est individuel, etait enfesté, c'etait un, etait un pantin, seront interrompus, sommes ici}; avoir/être e particípio {avaient fait, ont affirmé, sommes allés, serait embarque, s'est étalé}; preposição {uma sílaba (só?)} elemento que ela rege {dans une}; adverbio {sobretudo uma sílaba} e elemento posposto que ele modifica {plus important, tout aussi, tout autant} {mas não advérbio interrogativo acentuado, apesar de poder ser ouvida em alguns casos de linguagem familiar: quand est-ce que, quand il}; substantivo plural e adjetivo que o qualifica e segue {dispositions intellectuelles}{?}; verbo e complemento {representait un (?), fait echo (?), c'est a, c'est au, vous êtes en communication, est à la hauteur, je vais à, vit en Afrique, se trouvait encore}; outros casos: devait être, devrait impliquer, pouvent attendre, pouvant accueillir, pourrait activer, pourrait occasioner, voulait aller, on va tous en faire] [a liaison não deve ocorrer em casos como os seguintes: antes de h aspirado; depois de et; ***depois de substantivo singular; a liaison não ocorre entre grupos rítmicos diferentes, ocorre no interior de um grupo rítmico e é obrigatória nos casos de coesão lexical e sintática maximal; Lucille Charliac & Annie-Claude Motron, Phonétique Progressive du Français (Paris: CLE, 2006), p. 30];
- aspiração do 'h' inicial em francês (influência do superstrato germânico) (afeta atualmente fenômenos de elisão e encadeamento: la haine. je hais, la haute couture, la honte, quelle honte, une halte);
- "m" e "n" em final de sílaba indicam nasalidade da vogal que os precede (como em português); mas as vogais nasais francesas são de timbre aberto (ɛ, ɔ, ɑ); além disso, em geral, nem o "m" nem o "n" são pronunciados [exceções: homme (ɔm), comme (kɔm), aquarium] (Ana Maria Brito et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 45, 48); exemplos: (ɛ) [representado em geral por "in"] cinq, distinction, distinguer, frein, instant, instinct, inviter, labyrinth, linguiste, linguistique, main, peint, plaindre, plein, poussin, soudain, vingt; (œ) [representado em geral por "un"] commun, un, jeun; (ɑ) [representado em geral por "en", "em"] accident, chambre, champ, cependent, comment, emporter, enfoncer, engraisser, entendre, entrer, instant, lent, penser, quand, rendre, sens; maintenant (ɛ,ɑ), lendmain (ɑ,ɛ); [relevância da nasalidade para o português e o francês (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 161)];
- existência de fonemas vocálicos médios anteriores labiais em francês (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 159); [œ] [som de "é", labializado] (representado por "oeu" e "eu") (automateur, beurre, coeur, couleur, fleur, heure, jeun, meuble, neuf, oeil, ordinateur, peur, seuil, un) ("u" em club tem o mesmo valor), [ø] [som de "e" labializado] (representado por "eu", "eue") (deux, eu, feu, jeu, jeudi, peu, peut, peux, queue);
- [y] (representado por "u" {ou "ue"} {sendo que [u] é representado por "ou"}), circulation, cuisine, du, jus, rue, suivant, voiture (Brito et al, p. 47);
- existência de [ǝ] (como no inglês, mas a diferença é que fortemente labializado {?}); muitas vezes representado pelo "e" {que com acento agudo é pronunciado [e], e com acento grave, [ε], diferença entre, por exemplo, "réformer" [e] e "repartir" [ǝ]} (outros exemplos, fenêtre, repeindre); em final de sílaba deixa de ser pronunciado, em sílabas iniciais ou do meio da palavra também pode "cair" {por exemplo "Je vous r'tire...", "Je r'fuse", "Je te les r'corrige..."} {quando em primeira sílaba de polissílabo, antecedido de dois sons de consoante, não cai: "quel repos?", "premières" (pronuncia fortemente labializada)}; aparece ainda em formas do verbo faire e em monsieur, (Lucille Charliac et Annie-Claude Motron. Phonétique progressive du français. Niveau avancé. CLE International, 2006, p. 36, 39);
- "ill" e "il" representam semivogal [j]: acueillir, billet, bouillant, bouillir, bouillon, bouteille, conseiller, desabiller, famille, feuille, fille, grille, meilleur, pastille, vouillez, accueil, appareil, conseil, oeil, travail (***mas ville e vaudeville se pronuncia [vil]);
- "ti" tem som de [sj] antes de vogal [fonction, fonctionner, fonctionnaire, patience, patient];
- "x" representa [ks], examiner, exerce, expliquer, expresssion, exquis ("cc" em accident tem o mesmo valor) [às vezes é sonorizado {gz} (exeption)] (em six tem som de [s]);
- "gu" (sendo o "u" mudo) aparece antes de várias vogais (não apenas "e" e "i"): fatiguons; o mesmo se dá com "qu", quand;
- antes de vogal, "ch" pode ter valor de [k]: choeur [mas não tem esse valor em psychique]; "(s)ch" tem valor de [k] antes de schizo;
- "b" tem som de [p] antes de consoantes surdas [obsession] (Ana Maria Brito et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 43-47);
- "h" é mudo em souhaiter [swete];
- "ay" representa [ei], pays, paysage, paysanne;
- "oi", representa [wa], nettoie, joie, [e às vezes [wε]: point] [joue se pronuncia "ju"];
- "ai" representa [ε] [exceções, faille, faillir];
- "é" representa [e];
- "o (+ 1 cons.)", "ô" e "au" representam [o] (em outros casos "o" representa [ɔ]);
particularidades do romeno: "transformación del grupo latino cs en ps (coxa > coapsa) y del grupo ct en pt (pectus > piept)" (Iordan y Manilou, tomo I, p. 49)
Morfologia e Sintaxe
"En grec et en latin la phrase peut commencer par n'importe quel mot. Mais en général le mot mis en tête est un mot important. Dans une phrase qui fait partie d'un ensemble, le premier mot est d'ordinaire celui qui permet à la pensée de rattacher le plus commodément la phrase à celle qui précède..." (Meillet, A. et Vendryes, J. Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927);
- tendência do latim a colocar o verbo no final da frase, tendência do grego a colocar o verbo no meio da frase (Meillet et Vendryes, p. 527);
- em latim e grego o adjetivo aparece muitas vezes separado do substantivo; em latim, "dans l'hexamètre dactylique, on répartit souvent entre les deux hémistiches le substantif et l'adjectif qui s'y rapporte" (Meillet et Vendryes, p. 530); ainda: separação do adjetivo e do substantivo pela preposição que os rege: magna cum cura;
- em latim e grego, há casos de discordância entre sujeito e predicado, quando o sujeito "est un substantif singulier dans sa forme et multiple dans son sens" (Meillet et Vendryes, p. 541);
- em latim e grego, há casos em que "un adjectif servant de prédicat pouvait être en indo-européen du même genre que le 'sujet' ou bien avoir un genre propre {neutro}" (Meillet et Vendryes, p. 543);
- tendência do latim a colocar o verbo no final da frase, tendência do grego a colocar o verbo no meio da frase (Meillet et Vendryes, p. 527);
- em latim e grego o adjetivo aparece muitas vezes separado do substantivo; em latim, "dans l'hexamètre dactylique, on répartit souvent entre les deux hémistiches le substantif et l'adjectif qui s'y rapporte" (Meillet et Vendryes, p. 530); ainda: separação do adjetivo e do substantivo pela preposição que os rege: magna cum cura;
- em latim e grego, há casos de discordância entre sujeito e predicado, quando o sujeito "est un substantif singulier dans sa forme et multiple dans son sens" (Meillet et Vendryes, p. 541);
- em latim e grego, há casos em que "un adjectif servant de prédicat pouvait être en indo-européen du même genre que le 'sujet' ou bien avoir un genre propre {neutro}" (Meillet et Vendryes, p. 543);
o "analitismo" (tendência a reduzir o número de flexões através do emprego de termos auxiliares) é comum às línguas indo-européias (Elia, p. 196);
genitivo: de + abl.
dativo: ad. + acc.
ablativo: vários
modificações sintáticas do latim e românicas:
- desaparecimento do acusativo; enrijecimento da ordem das palavras e aparecimento do objeto direto preposicionado (para evitar ambiguidade) (ainda: artigo partitivo em francês e italiano) (Elia, p. 238); *** a distinção nominativo/acusativo é expressa pela posição do substantivo em relação ao verbo; "La sucesión no enfática es: sujeto + predicado + objeto directo. Si el objeto directo precede al verbo, cambia la entonación y en algunas lenguas el objeto se repite en su forma pronominal..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 237);
- predominância da construção analítica "de + abl." (em vez de gen.) para expressar noções partitivas (processo generalizado pelo francês como complemento verbal: manger du pain) (Elia, p. 240);
- utilização de orações completivas introduzidas por quod, quia ou quid (mais tarde "que"), em vez de sujeito no acc. + infinitivo sem conjunção (em certos casos, o latim clássico já permitia o uso de construções semelhantes com ut, ne, quod e quia);
- artigo nas línguas românicas: origem no demonstrativo (ille) e possível influência do adstrato grego (Elia, p. 209);
***ainda: absorção da 4a declinação pela segunda; absorção da 5a declinação pela 1a e a 3a (Elia, p. 197); passagem dos substantivos imparissílabos da terceira declinação à parissílabos (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 239); desaparecimento do neutro (já não tinha valor semântico em latim, sendo possível que tivesse no indo-europeu) (Elia, p. 200); passagem do comparativo sintético (ior) pelo analítico (Elia, p. 207);
***na Gália, o desaparecimento dos casos latinos é mais lento, e "la flexión casual se conservó... [em termos bicasuais] hasta el siglo XIII" (Iordan y Manoliu, p. 231); *** jah o romeno sofre influência da flexão nominal eslava (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 233, cf. 241);
genitivo: de + abl.
dativo: ad. + acc.
ablativo: vários
modificações sintáticas do latim e românicas:
- desaparecimento do acusativo; enrijecimento da ordem das palavras e aparecimento do objeto direto preposicionado (para evitar ambiguidade) (ainda: artigo partitivo em francês e italiano) (Elia, p. 238); *** a distinção nominativo/acusativo é expressa pela posição do substantivo em relação ao verbo; "La sucesión no enfática es: sujeto + predicado + objeto directo. Si el objeto directo precede al verbo, cambia la entonación y en algunas lenguas el objeto se repite en su forma pronominal..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 237);
- predominância da construção analítica "de + abl." (em vez de gen.) para expressar noções partitivas (processo generalizado pelo francês como complemento verbal: manger du pain) (Elia, p. 240);
- utilização de orações completivas introduzidas por quod, quia ou quid (mais tarde "que"), em vez de sujeito no acc. + infinitivo sem conjunção (em certos casos, o latim clássico já permitia o uso de construções semelhantes com ut, ne, quod e quia);
- artigo nas línguas românicas: origem no demonstrativo (ille) e possível influência do adstrato grego (Elia, p. 209);
***ainda: absorção da 4a declinação pela segunda; absorção da 5a declinação pela 1a e a 3a (Elia, p. 197); passagem dos substantivos imparissílabos da terceira declinação à parissílabos (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 239); desaparecimento do neutro (já não tinha valor semântico em latim, sendo possível que tivesse no indo-europeu) (Elia, p. 200); passagem do comparativo sintético (ior) pelo analítico (Elia, p. 207);
***na Gália, o desaparecimento dos casos latinos é mais lento, e "la flexión casual se conservó... [em termos bicasuais] hasta el siglo XIII" (Iordan y Manoliu, p. 231); *** jah o romeno sofre influência da flexão nominal eslava (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 233, cf. 241);
- diferenças fonemáticas entre o radical do presente e do perfeito: elementos remanescente da oposição indo-européia entre infectus ("aspecto de la acción que se está cumpliendo") e o perfectus ("aspecto de la acción terminada") (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 320);
- inicialmente, cada aspecto teria três tempos: presente, imperfeito, futuro imperfeito (infectus); pret. perfeito, pret. + que perf., futuro perfeito/anterior (perfectus) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 321-22);
- "Le latin s'est constitué un système verbal beaucoup plus rigide que le grec. Chaque verbe latin a deux thèmes principaux, l'un d'infectum, indiquant le procès en voie d'accomplissement, l'autre de perfectum, indiquant le procès accompli. Chacum de ces deux thèmes comporte: à l'indicatif, un présent, un prétérit et un futur; au subjonctif, un présent-futur et un prétérit; plus un infinitif./ Du thème d'infectum sont formés en outre un impératif, un participe dit participe présent, et ce qu'on apelle le gérondif... le participe en -ndus./ Indépendement des deux thèmes {infectum/perfectum}, mais en relation étroite avec le thème de perfectum, il y a un participe... dit participe passé passif. A ce participe se rattache le supin... et le infinitif futur... d'où est tiré le participe... futur actif..." (Meillet, A. et Vendryes, J., Traité de Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 246);
- oposição sistemática entre infectum (ação a ser realizada) e perfectum (ação realizada);
- na voz médio-passiva (que inclui os verbos depoentes), o perfectum é perifrástico (o que confirma o caráter realizado da ação);
- relação entre infectum e temas do presente grego; relação entre temas do perfectum e temas do aoristo e do perfeito grego [alargamento dos temas do perfectum através do sufixo "is" (comum a aoristas indo-iranianos), com exceção da 1a e da 3a pessoa (3a pessoa pl. só em parte) do indicativo] (Meillet et Vendryes, p. 247-48); ["Le parfait indo-européen avait un thème d'une structure particulière... auquel s'ajoutaient des désinences spéciales... dans la mesure où elles se sont conservées ultérieurement, elles ont cessé de caractériser le parfait; aussi bien le thème suffisait-il à le faire..." (Meillet et Vendryes, p. 294-95)];
- caráter essencialmente relativo do imperfeito latino (exigia a referência a outro verbo/tempo) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 322);
- diminuição do emprego e desaparecimento do pret. + que perf. e do fut. perf./anterior no latim tardio ("en razón de la complejidad de las relaciones expresadas") (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 323);
- o perfeito (sintético) se opõe ao imperfeito (e não ao presente), no que diz respeito à expressão "de acción anterior al momento en que se habla" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 323);
- verbos que adquirem valor de auxiliar em latim: esse (perfectum da voz médio-passiva); ire (com supino {valor próximo ao futuro}; origem do infinitivo futuro passivo); velle; dare; habere (assume a maior extensão) (Meillet et Vendryes, p. 280-83);
- inicialmente, cada aspecto teria três tempos: presente, imperfeito, futuro imperfeito (infectus); pret. perfeito, pret. + que perf., futuro perfeito/anterior (perfectus) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 321-22);
- "Le latin s'est constitué un système verbal beaucoup plus rigide que le grec. Chaque verbe latin a deux thèmes principaux, l'un d'infectum, indiquant le procès en voie d'accomplissement, l'autre de perfectum, indiquant le procès accompli. Chacum de ces deux thèmes comporte: à l'indicatif, un présent, un prétérit et un futur; au subjonctif, un présent-futur et un prétérit; plus un infinitif./ Du thème d'infectum sont formés en outre un impératif, un participe dit participe présent, et ce qu'on apelle le gérondif... le participe en -ndus./ Indépendement des deux thèmes {infectum/perfectum}, mais en relation étroite avec le thème de perfectum, il y a un participe... dit participe passé passif. A ce participe se rattache le supin... et le infinitif futur... d'où est tiré le participe... futur actif..." (Meillet, A. et Vendryes, J., Traité de Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 246);
- oposição sistemática entre infectum (ação a ser realizada) e perfectum (ação realizada);
- na voz médio-passiva (que inclui os verbos depoentes), o perfectum é perifrástico (o que confirma o caráter realizado da ação);
- relação entre infectum e temas do presente grego; relação entre temas do perfectum e temas do aoristo e do perfeito grego [alargamento dos temas do perfectum através do sufixo "is" (comum a aoristas indo-iranianos), com exceção da 1a e da 3a pessoa (3a pessoa pl. só em parte) do indicativo] (Meillet et Vendryes, p. 247-48); ["Le parfait indo-européen avait un thème d'une structure particulière... auquel s'ajoutaient des désinences spéciales... dans la mesure où elles se sont conservées ultérieurement, elles ont cessé de caractériser le parfait; aussi bien le thème suffisait-il à le faire..." (Meillet et Vendryes, p. 294-95)];
- caráter essencialmente relativo do imperfeito latino (exigia a referência a outro verbo/tempo) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 322);
- diminuição do emprego e desaparecimento do pret. + que perf. e do fut. perf./anterior no latim tardio ("en razón de la complejidad de las relaciones expresadas") (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 323);
- o perfeito (sintético) se opõe ao imperfeito (e não ao presente), no que diz respeito à expressão "de acción anterior al momento en que se habla" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 323);
- verbos que adquirem valor de auxiliar em latim: esse (perfectum da voz médio-passiva); ire (com supino {valor próximo ao futuro}; origem do infinitivo futuro passivo); velle; dare; habere (assume a maior extensão) (Meillet et Vendryes, p. 280-83);
- em latim, "la forma medio-pasiva podía tener tres valores cuando menos: impersonal (dicitur 'se dice'), activo... en el caso de los deponentes y semidepoentes... y pasivo propriamente tal...";
- a diátesis ativa e média do indo-europeu representava apenas a relação entre "el agente y la acción" (a voz ativa de modo neutro, a media com matizes modais de insistência/participação) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 329; cf. Melliet, A. et Vendryes, J. Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 290-91); os depoentes latinos "continuaban la expresión indo-europea de la insistencia. Las acciones no pudieron expresarse por verbos activos a causa de que fueron concebidas como si afectaran... al agente" (p. 330); mudança fundamental na diátesis ocasionada pelo desenvolvimento da voz passiva: "dejó de ser el medio que expresaba la relación entre el agente (sujeto) y una acción (predicado) y se convirtió en expresión de las relaciones entre la acción, el objeto y el agente"; formas depoentes e semidepoentes refazem então uma forma ativa (p. 331);
- "Le passif latin... est sorti d'une forme verbale dont le grec n'a pas l'équivalent, l'impersonnel en -r... forme... qui est commune à tout l'italo-celtique... Il sert fréquemment d'impersonnel: itur 'on va', facile nubitur 'on se marie aisément'... Le passif latin n'est que rarement l'inverse de l'actif correspondent: Cum a Cotta resisteretur... ne veut pas dire la mêm chose que Cum Cotta resisteret. On doit traduire 'comem il y avait de la résistance de la parte de Cotta'..." (Meillet et Vendryes, p. 294);
- surgimento de forma pronominal (reflexiva) nas românicas (passa a poder expressar o intensivo e o impessoal {em latim, era expresso pela voz passiva} [?]); em espanhol, o impessoal pode ser expresso também pela voz ativa (3a pessoa do pl.); em francês é expresso por um agente indeterminado (on, do lat. homo {?}) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 332-33; cf. 355);
- utilização de verbos de movimento (além do verbo ser) para expressar voz passiva em italiano e espanhol: "ando perduto" (Iordan y Manoliu, p. 335);
- a diátesis ativa e média do indo-europeu representava apenas a relação entre "el agente y la acción" (a voz ativa de modo neutro, a media com matizes modais de insistência/participação) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 329; cf. Melliet, A. et Vendryes, J. Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 290-91); os depoentes latinos "continuaban la expresión indo-europea de la insistencia. Las acciones no pudieron expresarse por verbos activos a causa de que fueron concebidas como si afectaran... al agente" (p. 330); mudança fundamental na diátesis ocasionada pelo desenvolvimento da voz passiva: "dejó de ser el medio que expresaba la relación entre el agente (sujeto) y una acción (predicado) y se convirtió en expresión de las relaciones entre la acción, el objeto y el agente"; formas depoentes e semidepoentes refazem então uma forma ativa (p. 331);
- "Le passif latin... est sorti d'une forme verbale dont le grec n'a pas l'équivalent, l'impersonnel en -r... forme... qui est commune à tout l'italo-celtique... Il sert fréquemment d'impersonnel: itur 'on va', facile nubitur 'on se marie aisément'... Le passif latin n'est que rarement l'inverse de l'actif correspondent: Cum a Cotta resisteretur... ne veut pas dire la mêm chose que Cum Cotta resisteret. On doit traduire 'comem il y avait de la résistance de la parte de Cotta'..." (Meillet et Vendryes, p. 294);
- surgimento de forma pronominal (reflexiva) nas românicas (passa a poder expressar o intensivo e o impessoal {em latim, era expresso pela voz passiva} [?]); em espanhol, o impessoal pode ser expresso também pela voz ativa (3a pessoa do pl.); em francês é expresso por um agente indeterminado (on, do lat. homo {?}) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 332-33; cf. 355);
- utilização de verbos de movimento (além do verbo ser) para expressar voz passiva em italiano e espanhol: "ando perduto" (Iordan y Manoliu, p. 335);
"Le développement des formes nominales du verbe s'est produit dans chaque langue indo-européene de façon inégale. Il convient de faire une distinction entre les participes et les infinitifs" (Meillet, A. et Vendryes, J. Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 314); "Le grec est de toutes les langues indo-européennes celle où les participes ont reçu les plus grand développement" (Meillet et Vendryes, p. 315); "L'indo-européen qui avait une variété de participes ne paraît pas avoir possédé d'infinitif. La catégorie de l'infinitif s'est développée indépendamment dans chacune des langues. Le grec et le latin sont les langues où l'infinitif a reçu le plus grand développement; mais la formation en est très différente dans les deux langues...." (Meillet et Vendryes, p. 317-18);
"Le participe est une forme verbale en ce qu'il est toujours tiré d'un thème verbal et qu'il exprime comme tout verbe l'aspect et la voix, plus rarement le temps; mais c'est une forme nominale par les désinences. Il peut donc aisément se mettre en apposition à un nom (ou pronom) quelconque de la phrase, quel qu'en soit le genre ou le cas..." (Meillet et Vendryes, p. 550).
"Le participe peut servir à exprimer dans la phrase un acte accessoire quelconque ayant avec l'acte principal une relation quelconque. Il y a des participes qui marquent le but, la cause, la concession, l'hypothèse aussi bien que les circonstances de temps..." (Meillet et Vendryes, p. 550-51).
"Le paticipe ainsi apposé peut être intimement rattaché par le sens soit au nome auquel il est apposé, soit au verbe auquel ce nom se rapporte. Ce n'est plus dès lors un rôle accessoire qu'il joue dans la phrase..." (Meillet et Vendryes, p. 552).
"L'emploi du participe apposé au régime direct de verbes signifiant 'voir, entendre, savoir, représenter (facere)' est ancien en latin; il constitue une proposition participiale qui dans la vieille langue ne se confond pas avec la proposition infinitive... Mais de bonne heure, l'infinitif et le participe deviennent en pareil cas équivalents; et l'infinitif gagne du terrain aux dépens du participe."
"Le participe tient une grande place en grec et en latin dans les constructions dits absolues, qui consistent en l'introduction dans la phrase d'une membre qui n'a pas de rapport grammatical avec les autres./ L'usage des constructions absolues remonte à l'indo-européen et résulte de l'autonomie des mots..." [latim usa a construção no ablativo, grego no genitivo e acusativo] (Meillet et Vendryes, p. 556).
"En latin, l'infinitif final, bien attesté dans la vieille langue, a été souvent, dans la prose classique, remplacé par le gérondif précédé de ad ou mieux encore par une proposition subordonnée qu'introduit une conjonction... Il est souvent en concurrence avec le supin en -um... A côté de l'infinitif, on peut avoir après mittere... le supin et le subjonctif précédé de ut... " (Meillet et Vendryes, p. 559).
- em latim, o particípio pode ser usado como "derivada transformacional del modo de la oración temporal..., causal..., concesiva" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 337); uso do gerúndio em orações finais (com ou sem preposição); uso do gerundivo (part. do fut. ativo) como "transformación del gerundio preposicional"; uso do supino para expressar orações finais (com verbos de movimento) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 338);
- inovação do grego e latim: conceder um sujeito no acusativo ao verbo no infinitivo (no caso do latim, verbos que significam dizer ou crer, e também saber ou mostrar; verbos que expressam vontade ou ordem utilizam de preferência construções com ut) (uso também de quod ) (Meillet et Vendryes, p. 561-62);
- em latim, verbos declarandi ou de percepção usam o infinitivo como variante do indicativo; verbos "sentiendi, affectum... o de voluntad" utilizam o infinitivo como variante do subjuntivo (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 337);
- substituição do particípio presente pelo gerúndio no latim tardio (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 341); em francês resta apenas o particípio presente ("para expresar ciertos valores del gerundio, la forma en -ant va precedida por en") (p. 342); o italiano e o espanhol usam as duas formas, mas em espanhol "el participio presente perdió su valor verbal" (p. 342);
- em francês e italiano, depois de verbos expressando ordem ou permissão, quando o sujeito é o mesmo que o obj. ind., usa-se infinitivo: "je lui ai dit d'y aller" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 341);
"Le participe est une forme verbale en ce qu'il est toujours tiré d'un thème verbal et qu'il exprime comme tout verbe l'aspect et la voix, plus rarement le temps; mais c'est une forme nominale par les désinences. Il peut donc aisément se mettre en apposition à un nom (ou pronom) quelconque de la phrase, quel qu'en soit le genre ou le cas..." (Meillet et Vendryes, p. 550).
"Le participe peut servir à exprimer dans la phrase un acte accessoire quelconque ayant avec l'acte principal une relation quelconque. Il y a des participes qui marquent le but, la cause, la concession, l'hypothèse aussi bien que les circonstances de temps..." (Meillet et Vendryes, p. 550-51).
"Le paticipe ainsi apposé peut être intimement rattaché par le sens soit au nome auquel il est apposé, soit au verbe auquel ce nom se rapporte. Ce n'est plus dès lors un rôle accessoire qu'il joue dans la phrase..." (Meillet et Vendryes, p. 552).
"L'emploi du participe apposé au régime direct de verbes signifiant 'voir, entendre, savoir, représenter (facere)' est ancien en latin; il constitue une proposition participiale qui dans la vieille langue ne se confond pas avec la proposition infinitive... Mais de bonne heure, l'infinitif et le participe deviennent en pareil cas équivalents; et l'infinitif gagne du terrain aux dépens du participe."
"Le participe tient une grande place en grec et en latin dans les constructions dits absolues, qui consistent en l'introduction dans la phrase d'une membre qui n'a pas de rapport grammatical avec les autres./ L'usage des constructions absolues remonte à l'indo-européen et résulte de l'autonomie des mots..." [latim usa a construção no ablativo, grego no genitivo e acusativo] (Meillet et Vendryes, p. 556).
"En latin, l'infinitif final, bien attesté dans la vieille langue, a été souvent, dans la prose classique, remplacé par le gérondif précédé de ad ou mieux encore par une proposition subordonnée qu'introduit une conjonction... Il est souvent en concurrence avec le supin en -um... A côté de l'infinitif, on peut avoir après mittere... le supin et le subjonctif précédé de ut... " (Meillet et Vendryes, p. 559).
- em latim, o particípio pode ser usado como "derivada transformacional del modo de la oración temporal..., causal..., concesiva" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 337); uso do gerúndio em orações finais (com ou sem preposição); uso do gerundivo (part. do fut. ativo) como "transformación del gerundio preposicional"; uso do supino para expressar orações finais (com verbos de movimento) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 338);
- inovação do grego e latim: conceder um sujeito no acusativo ao verbo no infinitivo (no caso do latim, verbos que significam dizer ou crer, e também saber ou mostrar; verbos que expressam vontade ou ordem utilizam de preferência construções com ut) (uso também de quod ) (Meillet et Vendryes, p. 561-62);
- em latim, verbos declarandi ou de percepção usam o infinitivo como variante do indicativo; verbos "sentiendi, affectum... o de voluntad" utilizam o infinitivo como variante do subjuntivo (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 337);
- substituição do particípio presente pelo gerúndio no latim tardio (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 341); em francês resta apenas o particípio presente ("para expresar ciertos valores del gerundio, la forma en -ant va precedida por en") (p. 342); o italiano e o espanhol usam as duas formas, mas em espanhol "el participio presente perdió su valor verbal" (p. 342);
- em francês e italiano, depois de verbos expressando ordem ou permissão, quando o sujeito é o mesmo que o obj. ind., usa-se infinitivo: "je lui ai dit d'y aller" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 341);
modificações na morfologia de verbos em latim (Elia, Preparação à Linguística Românica, Rio de Janeiro: Editora ao Livro Técnico, 2004, p. 217-37):
- infectum da 3a conjugação: "u" ou "i";
- conjugação de maior "vitalidade": 1a (infinitivo em "are", infectum em "a"); a segunda mais forte é a 4a (infinitivo em "ire", infectum em "i") (absorve também os verbos incoativos da 3a conjugação/ isc em francês e italiano {recai sobre formas rizotônicas, e o acento passa a incidir na terminação; no francês, o sufixo passa a ser aplicado também à 1a e à 2a pess. do pl., ao imperfeito e ao particípio presente}); [***formas incoativas expressavam aspecto em latim (ação em início) (bem como as formas frequentativas, que expressavam repetição), e acabam por substituir o presente não incoativo sobretudo da 4a conjugação (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 329)]; [sobre o sufixo "sk", ainda: Meillet, A. et Vendryes, J., Traité de Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 181, 227-28];
- desaparecimento das formas passivas sintéticas (mantém a forma passiva do verbo principal na oração analítica e o verbo auxiliar "sum" varia para indicar o tempo) (utilização também da forma flexiva);
- desaparecimento das formas depoentes (que assumem formas ativas);
- criação de tempos compostos: a partir de formulações do latim que indicavam mais aspecto do que tempo: occupavi/habeo occupatum (alguma semelhança com o português atual: 'tenho ocupado'), Elia, p. 225; Península Ibérica: uso tbém do verbo tenere como auxiliar; francês, italiano e sardo: uso do verbo esse como auxiliar (sobretudo com verbos intransitivos); extensão do mecanismo para outros tempos do perfectum [***pret. + que perf. (aux. no pret. imp.); criação de um pret. anterior (aux. no pret. perf./indef.) {equivalente de certa forma ao perf.?}, fut perf./anterior (aux. no fut. imp.) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 325)]; [***no caso de verbos transitivos, apesar da tendência do particípio a se agrupar com o verbo auxiliar em detrimento da relação com o objeto, o francês e o italiano exigem (mas não no uso coloquial) a concordância do particípio com o complemento do verbo, quando o complemento precede o verbo (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 323-24)]; [o desenvolvimento analítico dos tempos do perfeito, em geral (mais em italiano, menos em espanhol) acarreta perda da possibilidade de expressar aspecto (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 325); desenvolvimento de formas paralelas para "la expresión intensiva del valor de perfecto": formas mais que compostas do francês: j'ai eu chanté (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 327)];
- desaparecimento do futuro do indicativo (substituído por perífrases; auxiliar + habere no pres. e posposto) (futuro do pretérito utiliza o habere no imperfeito [mas o italiano utiliza o habere no perfeito]);
- desaparecimento do imperativo futuro;
- tendência a substituição de particípios fortes (vogal longa, 1a conjugação: a) por fracos (vogal breve, consoante);
- surgimento do infinitivo flexionado (sobrevive em português); aparecimento do sujeito do infinitivo no nominativo (independente da flexão do verbo), infinitivo pessoal/ (em latim aparecia apenas no acusativo);
*** desenvolvimento de formas analíticas (como acontece no caso dos substantivos), principalmente através do uso de auxiliares (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 320);
***substituição do pret. imp. do subj, pelo pret. + que perf. do subj. (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 347);
***expressão da "anterioridad próxima" em francês por "venir + de + infinitivo (venir pode estar no presente, pret. imp. ou futuro imp.) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 348);
***uso do ir + inf. em espanhol, português e francês como variante incoativa do presente (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 350);
***perda da consoante intervocálica do imperfeito (exceto em italiano) (relação com formação do condicional) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 352);
***indistinção fonemática das formas verbais em francês no que diz respeito à pessoa (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 355-56);
***extensão do o da primeira pessoa ao imp. no italiano (vendevo) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 356);
***uso de i como desinência de 2a p. em italiano (depois da queda da s) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 357);
***existência de 27 tipos flexionais em francês (considerando os irregulares) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 364);
- infectum da 3a conjugação: "u" ou "i";
- conjugação de maior "vitalidade": 1a (infinitivo em "are", infectum em "a"); a segunda mais forte é a 4a (infinitivo em "ire", infectum em "i") (absorve também os verbos incoativos da 3a conjugação/ isc em francês e italiano {recai sobre formas rizotônicas, e o acento passa a incidir na terminação; no francês, o sufixo passa a ser aplicado também à 1a e à 2a pess. do pl., ao imperfeito e ao particípio presente}); [***formas incoativas expressavam aspecto em latim (ação em início) (bem como as formas frequentativas, que expressavam repetição), e acabam por substituir o presente não incoativo sobretudo da 4a conjugação (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 329)]; [sobre o sufixo "sk", ainda: Meillet, A. et Vendryes, J., Traité de Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 181, 227-28];
- desaparecimento das formas passivas sintéticas (mantém a forma passiva do verbo principal na oração analítica e o verbo auxiliar "sum" varia para indicar o tempo) (utilização também da forma flexiva);
- desaparecimento das formas depoentes (que assumem formas ativas);
- criação de tempos compostos: a partir de formulações do latim que indicavam mais aspecto do que tempo: occupavi/habeo occupatum (alguma semelhança com o português atual: 'tenho ocupado'), Elia, p. 225; Península Ibérica: uso tbém do verbo tenere como auxiliar; francês, italiano e sardo: uso do verbo esse como auxiliar (sobretudo com verbos intransitivos); extensão do mecanismo para outros tempos do perfectum [***pret. + que perf. (aux. no pret. imp.); criação de um pret. anterior (aux. no pret. perf./indef.) {equivalente de certa forma ao perf.?}, fut perf./anterior (aux. no fut. imp.) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 325)]; [***no caso de verbos transitivos, apesar da tendência do particípio a se agrupar com o verbo auxiliar em detrimento da relação com o objeto, o francês e o italiano exigem (mas não no uso coloquial) a concordância do particípio com o complemento do verbo, quando o complemento precede o verbo (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 323-24)]; [o desenvolvimento analítico dos tempos do perfeito, em geral (mais em italiano, menos em espanhol) acarreta perda da possibilidade de expressar aspecto (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 325); desenvolvimento de formas paralelas para "la expresión intensiva del valor de perfecto": formas mais que compostas do francês: j'ai eu chanté (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 327)];
- desaparecimento do futuro do indicativo (substituído por perífrases; auxiliar + habere no pres. e posposto) (futuro do pretérito utiliza o habere no imperfeito [mas o italiano utiliza o habere no perfeito]);
- desaparecimento do imperativo futuro;
- tendência a substituição de particípios fortes (vogal longa, 1a conjugação: a) por fracos (vogal breve, consoante);
- surgimento do infinitivo flexionado (sobrevive em português); aparecimento do sujeito do infinitivo no nominativo (independente da flexão do verbo), infinitivo pessoal/ (em latim aparecia apenas no acusativo);
*** desenvolvimento de formas analíticas (como acontece no caso dos substantivos), principalmente através do uso de auxiliares (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 320);
***substituição do pret. imp. do subj, pelo pret. + que perf. do subj. (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 347);
***expressão da "anterioridad próxima" em francês por "venir + de + infinitivo (venir pode estar no presente, pret. imp. ou futuro imp.) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 348);
***uso do ir + inf. em espanhol, português e francês como variante incoativa do presente (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 350);
***perda da consoante intervocálica do imperfeito (exceto em italiano) (relação com formação do condicional) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 352);
***indistinção fonemática das formas verbais em francês no que diz respeito à pessoa (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 355-56);
***extensão do o da primeira pessoa ao imp. no italiano (vendevo) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 356);
***uso de i como desinência de 2a p. em italiano (depois da queda da s) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 357);
***existência de 27 tipos flexionais em francês (considerando os irregulares) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 364);
"Occupaui era um pretérito, denota uma ação inteiramente passada; habeo occupatum exprimia uma ação realizada, e portanto, passada, mas cujos efeitos... se prolongavam no presente" . Silvio Elia, Preparação à lingüística românica (Rio de Janeiro, 2004), p. 225. ***"Assinale-se a exceção notável do português que, à maneira latina, continua a utilizar-se da forma simples..." (Elia, p. 226). ***"... a forma analítica, que indicava o aspecto, acabou por substituir a forma sintética, que exprimia o tempo... Esse processo estendeu-se aos demais tempos do perfectum" Elia, (p. 226). Cf. Émile Benveniste, "Les relations de temps dans le verb français".
- usos do subjuntivo no latim (em subordinadas): orações adjetivas, quando "se expresa el pensamiento de otra persona y no el del hablante"; em orações "circuntanciales temporales ecabezadas por dum, donec, quoad", se evocam "un hecho posible"; circunstancial causal (quod, quia), quando expressa hipótese; [***ainda, enriquecimento por matizes de tempo: perf. do subj., hipótese realizável; imp. ou + que perf. do subj., hipótese irrealizável] (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 336);
- verbos que nas românicas continuam repudiando o uso do indicativo: "los que expresan el deseo, la voluntad, el permiso, la posibilidad, el consejo, el temor"; primazia concedida ao subjuntivo em orações negativas e interrogativas; grande número de conjunções que regem o subjuntivo (assim como em Latim) ("modo por excelencia de la subordinación") (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 339-40);
- aparecimento do condicional (que faz diminuir o uso do subjuntivo) (funciona muitas vezes também como futuro do passado) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 344);
- substituição de "conjugaciones perifrásticas modales: laudandus sum (necesidad) y laudaturus sum (intencionalidad)" por construções de infinitivo ("habeo laudare, debeo laudare... o volo laudare...") (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 345-46);
- relaxamento das "relaciones sintagmáticas entre el tiempo de la oración subordinada y el de la principal" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 346);
- verbos que nas românicas continuam repudiando o uso do indicativo: "los que expresan el deseo, la voluntad, el permiso, la posibilidad, el consejo, el temor"; primazia concedida ao subjuntivo em orações negativas e interrogativas; grande número de conjunções que regem o subjuntivo (assim como em Latim) ("modo por excelencia de la subordinación") (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 339-40);
- aparecimento do condicional (que faz diminuir o uso do subjuntivo) (funciona muitas vezes também como futuro do passado) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 344);
- substituição de "conjugaciones perifrásticas modales: laudandus sum (necesidad) y laudaturus sum (intencionalidad)" por construções de infinitivo ("habeo laudare, debeo laudare... o volo laudare...") (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 345-46);
- relaxamento das "relaciones sintagmáticas entre el tiempo de la oración subordinada y el de la principal" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 346);
"Il existait en ido-européen un thème *yo- qui n'avait peut-être à l'origine que la valeur d'un anaphorique, mais qui était employé déjà avec la valeur d'un relatif. C'est de ce thème que le grec a tiré non seulement son relatif, mais, comme plusieurs autres langues, un bon nombre de ses conjonctions... Le latin n'a pas conservé le thème *yo-. Il a affecté à l'emploi relatif le thème interrogatif-indéfini... qui et quod..." (Meillet et Vendryes, p. 570-71).
- quando expressa fato, a proposição relativa latina é independente no que diz respeito ao tempo e ao modo; se indica causa, consequência, objetivo, hipótese, concessão ou restrição aparece no subjuntivo (subjuntivo de subordinação) (Meillet et Vendryes, p. 577); é comum ao grego e ao latim o uso de conjunções no lugar de construções infinitivas (Meillet et Vendryes, p. 589); ainda: "[le] latin, comme le français, établit toujours une concordance entre le temps de la proposition subordonnée et celui de la principale. Lorsque ce dernier est au passé, le premier se met aussi au passé. Ainsi le subjonctif de subordination est au passé (de l'infectum ou du perfectum) après un verbe principal au passé..." (Meillet et Vendryes, p. 592);
"Il n'y a pas de classification possible des procédés suivant lesquels les conjonctions on été réparties dans ces divers emplois. Chaque conjonction serait à étudier séparément... Le passage du sens temporel au sens conditionnel qui est attesté en indo-iranien... et se retrouve en germanique ne s'observe ni en grec ni en latin. Le latin présente en revanche le passage du sens temporel au sens causal pour les conjonctions quom, quoniam, quando..." (Meillet et Vendrues, p. 588).
"Le latin s'est comme le grec crée un bon ombre de particules exprimant les diverses relations entre les phrases. Pour quelques-unes il a conservé l'usage ancien de les placer après le premier mot de la phrase: ainsi autem, quidem, enim, igitur, vero, etc. En plus de l'ancienne particule copulative -que il se sert de atque (ou ac) et sourtout de et; à côté de l'ancienne particle alternative
-ue (neue, sive), il emploie plus souvent vel... ou aut...".
"Les particules servant à la liaison de phrases... ont pour la plupart été renouvelées au cours de l'histoire de la langue. A enim s'est substitué quare... d'où le français car; et à sed s'est substitué magis, d'où le français mais..." (Meillet y Vendryes, p. 569).
- paralelismo entre desenvolvimento da subordinação e desenvolvimento "de la rection: de même que les prépositions en sont venues à 'gouverner' certain cas, de même les conjonctions ont 'gouverné' un certain mode qui est devenu ainsi une marque de dépendence" (Meillet et Vendryes, p. 578-79); [conjunções tiradas do tema do relativo em latim: quom, quod, quia, quo, quin, quam, quando ubi, ut; ainda: dum {partícula demonstrativa que tem tum como correlativo} (Meillet et Vendryes, p. 586)];
"En latin la conjonction quod est arrivée à exprimer un rapport quelconque entre deux propositions et par suite à prendre la valeur de plusieurs autres conjonctions... Elle s'est trouvée en concurrence avec ut... et finalement l'a emporté. On sait quelle extension elle a prise en latin vulgaire, où elle est devenue la marque principale de la subordination. Avec son équivalent quia, elle est à la base de la principale conjonction des langues romanes {que, che}" (Meillet et Vendryes, p. 589-90).
- quando expressa fato, a proposição relativa latina é independente no que diz respeito ao tempo e ao modo; se indica causa, consequência, objetivo, hipótese, concessão ou restrição aparece no subjuntivo (subjuntivo de subordinação) (Meillet et Vendryes, p. 577); é comum ao grego e ao latim o uso de conjunções no lugar de construções infinitivas (Meillet et Vendryes, p. 589); ainda: "[le] latin, comme le français, établit toujours une concordance entre le temps de la proposition subordonnée et celui de la principale. Lorsque ce dernier est au passé, le premier se met aussi au passé. Ainsi le subjonctif de subordination est au passé (de l'infectum ou du perfectum) après un verbe principal au passé..." (Meillet et Vendryes, p. 592);
"Il n'y a pas de classification possible des procédés suivant lesquels les conjonctions on été réparties dans ces divers emplois. Chaque conjonction serait à étudier séparément... Le passage du sens temporel au sens conditionnel qui est attesté en indo-iranien... et se retrouve en germanique ne s'observe ni en grec ni en latin. Le latin présente en revanche le passage du sens temporel au sens causal pour les conjonctions quom, quoniam, quando..." (Meillet et Vendrues, p. 588).
"Le latin s'est comme le grec crée un bon ombre de particules exprimant les diverses relations entre les phrases. Pour quelques-unes il a conservé l'usage ancien de les placer après le premier mot de la phrase: ainsi autem, quidem, enim, igitur, vero, etc. En plus de l'ancienne particule copulative -que il se sert de atque (ou ac) et sourtout de et; à côté de l'ancienne particle alternative
-ue (neue, sive), il emploie plus souvent vel... ou aut...".
"Les particules servant à la liaison de phrases... ont pour la plupart été renouvelées au cours de l'histoire de la langue. A enim s'est substitué quare... d'où le français car; et à sed s'est substitué magis, d'où le français mais..." (Meillet y Vendryes, p. 569).
- paralelismo entre desenvolvimento da subordinação e desenvolvimento "de la rection: de même que les prépositions en sont venues à 'gouverner' certain cas, de même les conjonctions ont 'gouverné' un certain mode qui est devenu ainsi une marque de dépendence" (Meillet et Vendryes, p. 578-79); [conjunções tiradas do tema do relativo em latim: quom, quod, quia, quo, quin, quam, quando ubi, ut; ainda: dum {partícula demonstrativa que tem tum como correlativo} (Meillet et Vendryes, p. 586)];
"En latin la conjonction quod est arrivée à exprimer un rapport quelconque entre deux propositions et par suite à prendre la valeur de plusieurs autres conjonctions... Elle s'est trouvée en concurrence avec ut... et finalement l'a emporté. On sait quelle extension elle a prise en latin vulgaire, où elle est devenue la marque principale de la subordination. Avec son équivalent quia, elle est à la base de la principale conjonction des langues romanes {que, che}" (Meillet et Vendryes, p. 589-90).
"Les prépositions sont en principe d'ancien adverbes, auxquels le développement da la 'rection' a fait donner des régimes fixés à certains cas... La tendance à employer des locutions adverbiales comme prépositions se manifeste à toutes les périodes du grec et du latin. Elle permet de renouveler les prépositions par création de tours plus expressifs... Nombre de prépositions sortent, comme les adverbes, d'anciennes formes nominales fléchies...// En dehors de ces formations nouvelles, le grec et le latin possèdent une série de prépositions qu'ils ont héritées de l'indo-européen. Ces prépositions sont probablement aussi d'anciennes formes casuelles, pétrifiées en qualité d'adverbes... Elles se distinguent des précédentes en ce qu'elles ont conservé plus ou moins complètement la faculté de servir à la fois de prépositions et de préverbes... Ces prépositions se laissent ramener à un petit nombre d'éléments radicaux": per-... po-... post-... ab-... ob-... in-... ex-... [sentido varia conforme o emprego, de forma que nem sempre é possível estabelecer "un point de départ sémanique commun"] (Meillet, A. et Vendryes J. Grammaire Comparée des Langues Classiques. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1927, p. 478-79).
- a preposição em grego e latim é muitas vezes colocada depois daquilo que ela rege (Meillet et Vendryes, p. 480-81);
- mais de um pré-verbo pode ser encontrado diante de um verbo, e mais de uma preposição pode reger um único elemento ("reforço" que responde a uma "necessidade expressiva") (Meillet et Vendryes, p. 482);
- a preposição em grego e latim é muitas vezes colocada depois daquilo que ela rege (Meillet et Vendryes, p. 480-81);
- mais de um pré-verbo pode ser encontrado diante de um verbo, e mais de uma preposição pode reger um único elemento ("reforço" que responde a uma "necessidade expressiva") (Meillet et Vendryes, p. 482);
- os pronomes conservam melhor os casos latinos que os nomes (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 284) [uso frequente e importância no que diz respeito à economia da linguagem (p. 279)];
- pronomes pessoais em latim dizem respeito aos falantes: ego, tu, nos, vos; a terceira pessoa é referida através de demonstrativos: is, hic, ille (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 279) [emprego cada vez mais frequente do demonstrativo ille, que dá origem ao pronome pessoal de terceira pessoa na maioria das línguas românicas (p. 281)];
- os pronomes demonstrativos em latim têm uma esfera semântica mais clara que depois se entrecruza: is, ea, id (mais abstratos, expressam relações anafóricas); hic, haec, hoc (proximidade à primeira pessoa), iste, ista, istud (proximidade à segunda pessoa), ille, illa, illud (proximidade à terceira pessoa); pronomes intensivos (ipse, idem) se aproximam dos demonstrativos por critérios formais (p. ex.: semelhança de flexão); em espanhol e português,,"ipse penetró en el antiguo valor de iste , e iste pasó a expresar la primitiva significación de hic..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 301); em francês, "los continuadores de ille se especializaron con función de pronombre" (celui, ceux), e os de iste "con función de adjeivo (cet, cette)"; a distância se expressa com a ajuda dos advérbios ci e là (celui-ci, celui-là, ceci, celà...); (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 303); [ça, "variante familiar" (p. 305)];
- em latim, o pronome reflexivo podia ser usado como pronome pessoal de terceira pessoa "en el estilo indirecto (oratio obliqua)" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 295); [ex: Ariovistus dixit se Aeduis bellum non illaturum/ "Ariovisto disse que ele não faria guerra aos éduos" (Napoleão Mendes de Almeida. Gramática Latina. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 321)]; [nas romanas, vira índice da voz reflexiva e... "pierde la capacidad de sustituir a un nombre" (Iordan y Manoliu, p. 295)];
- o pronome possessivo de terceira pessoa em latim tinha caráter reflexivo [era usado "cuando el poseedor era idéntico al sujeto de la oración"; no caso de serem distintos, empregava-se o genitivo do demonstrativo is (eius) {por isso não precisava variar para indicar número}]; em espanhol (e português), os possessivos de terceira pessoa perdem esse caráter reflexivo, mas continuam incapazes de expressar distinção entre sing./pl. {e recorre-se ao pronome pessoal em genitivo quando isso é necessário: dele/dela/deles}; em francês e italiano, há dois pronomes possessivos, um que expressa o sing. (son, ses; suo, suoi), outro que expressa o pl. (leur, leurs; loro) (vem de illorum, genitivo analógico de ille) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 296-98);
- diferença entre formas acentuadas e não acentuadas do possessivo em francês e espanhol: mon, ton, son/ le mien, le tien, le sien; mi, tu, su/ el mio, el tuyo, el suyo (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 298-99);
- pronomes y e en do francês: o primeiro corresponde a construções com a proposição à, e provém do advérbio latino ibi, "con el sentido figurado de 'à cette chose', tomado como punto de llegada"; o segundo provém do latim inde, "con el sentido propio de 'desde allí', y el figurado de 'desde esta cosa', tomado como punto de partida... J'en arrive... J'en conclus.... Posteriormente, llegó a adquirir el simple valor de representar a una cosa cualquiera, o incluso a una persona, introducida por de..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 283-84); [semelhança com o pronome italiano ne {?}]
- no espanhol, pronomes pessoais de quarta e quinta pessoa (além dos de terceira) também se diferenciam por gênero (nosotras, vosotras) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 284); plurais masculinos utilizam "o" em vez de "e" (como seria o caso em português): ellos e demonstrativos (éstos, ésos, aquéllos);
- pronomes de cortesia em francês e espanhol: um grau: tu/vous, tú/usted, vosotros/ustedes; em italiano tem dois graus: tu/voi/Lei (Iordan y Manoliu, p. 293);
- aumento da semelhança e mesmo fusão entre as categorias (já semelhantes) de pronomes relativos (qui, quae, quod), interrogativos (quis/qui, quae, quid/quod), e correlativos (qualis/-e, talis/-e, quantus... tantus, quot... tot), no latim popular e romanas (Iordan u Manoliu, tomo I, p. 306-307);
- riqueza dos pronomes indefinidos em latim e românicas (no latim, o sistema é ainda mais variado e concreto): omnes (universal), totus (integral); quisque (totalizador separativo), unusquisque (totalizador separativo intenso), unusquisquis (totalizador separativo débil)... (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 313-14)
- pronomes pessoais em latim dizem respeito aos falantes: ego, tu, nos, vos; a terceira pessoa é referida através de demonstrativos: is, hic, ille (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 279) [emprego cada vez mais frequente do demonstrativo ille, que dá origem ao pronome pessoal de terceira pessoa na maioria das línguas românicas (p. 281)];
- os pronomes demonstrativos em latim têm uma esfera semântica mais clara que depois se entrecruza: is, ea, id (mais abstratos, expressam relações anafóricas); hic, haec, hoc (proximidade à primeira pessoa), iste, ista, istud (proximidade à segunda pessoa), ille, illa, illud (proximidade à terceira pessoa); pronomes intensivos (ipse, idem) se aproximam dos demonstrativos por critérios formais (p. ex.: semelhança de flexão); em espanhol e português,,"ipse penetró en el antiguo valor de iste , e iste pasó a expresar la primitiva significación de hic..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 301); em francês, "los continuadores de ille se especializaron con función de pronombre" (celui, ceux), e os de iste "con función de adjeivo (cet, cette)"; a distância se expressa com a ajuda dos advérbios ci e là (celui-ci, celui-là, ceci, celà...); (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 303); [ça, "variante familiar" (p. 305)];
- em latim, o pronome reflexivo podia ser usado como pronome pessoal de terceira pessoa "en el estilo indirecto (oratio obliqua)" (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 295); [ex: Ariovistus dixit se Aeduis bellum non illaturum/ "Ariovisto disse que ele não faria guerra aos éduos" (Napoleão Mendes de Almeida. Gramática Latina. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 321)]; [nas romanas, vira índice da voz reflexiva e... "pierde la capacidad de sustituir a un nombre" (Iordan y Manoliu, p. 295)];
- o pronome possessivo de terceira pessoa em latim tinha caráter reflexivo [era usado "cuando el poseedor era idéntico al sujeto de la oración"; no caso de serem distintos, empregava-se o genitivo do demonstrativo is (eius) {por isso não precisava variar para indicar número}]; em espanhol (e português), os possessivos de terceira pessoa perdem esse caráter reflexivo, mas continuam incapazes de expressar distinção entre sing./pl. {e recorre-se ao pronome pessoal em genitivo quando isso é necessário: dele/dela/deles}; em francês e italiano, há dois pronomes possessivos, um que expressa o sing. (son, ses; suo, suoi), outro que expressa o pl. (leur, leurs; loro) (vem de illorum, genitivo analógico de ille) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 296-98);
- diferença entre formas acentuadas e não acentuadas do possessivo em francês e espanhol: mon, ton, son/ le mien, le tien, le sien; mi, tu, su/ el mio, el tuyo, el suyo (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 298-99);
- pronomes y e en do francês: o primeiro corresponde a construções com a proposição à, e provém do advérbio latino ibi, "con el sentido figurado de 'à cette chose', tomado como punto de llegada"; o segundo provém do latim inde, "con el sentido propio de 'desde allí', y el figurado de 'desde esta cosa', tomado como punto de partida... J'en arrive... J'en conclus.... Posteriormente, llegó a adquirir el simple valor de representar a una cosa cualquiera, o incluso a una persona, introducida por de..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 283-84); [semelhança com o pronome italiano ne {?}]
- no espanhol, pronomes pessoais de quarta e quinta pessoa (além dos de terceira) também se diferenciam por gênero (nosotras, vosotras) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 284); plurais masculinos utilizam "o" em vez de "e" (como seria o caso em português): ellos e demonstrativos (éstos, ésos, aquéllos);
- pronomes de cortesia em francês e espanhol: um grau: tu/vous, tú/usted, vosotros/ustedes; em italiano tem dois graus: tu/voi/Lei (Iordan y Manoliu, p. 293);
- aumento da semelhança e mesmo fusão entre as categorias (já semelhantes) de pronomes relativos (qui, quae, quod), interrogativos (quis/qui, quae, quid/quod), e correlativos (qualis/-e, talis/-e, quantus... tantus, quot... tot), no latim popular e romanas (Iordan u Manoliu, tomo I, p. 306-307);
- riqueza dos pronomes indefinidos em latim e românicas (no latim, o sistema é ainda mais variado e concreto): omnes (universal), totus (integral); quisque (totalizador separativo), unusquisque (totalizador separativo intenso), unusquisquis (totalizador separativo débil)... (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 313-14)
- "origem" dos artigos definidos e indefinidos românicos [maioria dos casos]: ille e unus (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 246);
- com a generalização do uso de preposições, a "de" se funde com artigos; "en italiano, la fusión de artículo com la preposición sobrepasa el marco general románico, extendiéndose tambén a las preposiciones in..., con..., per..., su..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 236);
- existência de apenas duas "contracciones" em espanhol: del (de + el), al (a + el); francês: du (de + le), au (à + le), mas tbém o plural (tanto masculino como feminino): des (de + les), aux (à + les);
- em espanhol, substitui-se o artigo "la" por "el", antes de substantivo feminino que comece por "a" acentuado (há exceções: o mesmo vale para o artigo indefinido);
- impossibilidade do artigo definido preceder o possessivo (determinando já um substantivo) em espanhol e francês (mis libros, mes livres);
- desenvolvimento da categoria dos artigos partitivos em frances (de, du, de la, de l', des) e italiano (di, dello, della, degli, dei, delle) [sing.: uso com matéria contínua/uniforme, pl.: uso com objetos contáveis/discretos] [proveniência da prep. latina "de"] (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 251-52);
- quantidade plural não determinada em espanhol e português é expressa com artigo indefinido plural (unos, uns; umas, unas), ou ausência de artigo e "qualquer quantificador" (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 109);
- em francês não se inicia frase por artigo indefinido ou partitivo: Il y a un homme dans la cour (em vez de Un homme est dans la cour), Il y a du lait qui a coulé de la bouteille (em vez de Du lait a coulé de la bouteille) [Annie Monnerie, Le français au présent (Paris: Didier, 1987), p. 15, 18];
- com a generalização do uso de preposições, a "de" se funde com artigos; "en italiano, la fusión de artículo com la preposición sobrepasa el marco general románico, extendiéndose tambén a las preposiciones in..., con..., per..., su..." (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 236);
- existência de apenas duas "contracciones" em espanhol: del (de + el), al (a + el); francês: du (de + le), au (à + le), mas tbém o plural (tanto masculino como feminino): des (de + les), aux (à + les);
- em espanhol, substitui-se o artigo "la" por "el", antes de substantivo feminino que comece por "a" acentuado (há exceções: o mesmo vale para o artigo indefinido);
- impossibilidade do artigo definido preceder o possessivo (determinando já um substantivo) em espanhol e francês (mis libros, mes livres);
- desenvolvimento da categoria dos artigos partitivos em frances (de, du, de la, de l', des) e italiano (di, dello, della, degli, dei, delle) [sing.: uso com matéria contínua/uniforme, pl.: uso com objetos contáveis/discretos] [proveniência da prep. latina "de"] (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 251-52);
- quantidade plural não determinada em espanhol e português é expressa com artigo indefinido plural (unos, uns; umas, unas), ou ausência de artigo e "qualquer quantificador" (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 109);
- em francês não se inicia frase por artigo indefinido ou partitivo: Il y a un homme dans la cour (em vez de Un homme est dans la cour), Il y a du lait qui a coulé de la bouteille (em vez de Du lait a coulé de la bouteille) [Annie Monnerie, Le français au présent (Paris: Didier, 1987), p. 15, 18];
Expressão perifrástica do comparativo já existente em latim: magis (textos clássicos) e plus (latim vulgar); francês e italiano herdam o plus; português, espanhol e romeno herdam o magis (Iordan u Manoliu, tomo I, p. 263);
Ao contrário do italiano e do francês (em que há muita homonímia com relação a esse ponto), em português e espanhol "o presente do subjuntivo é expresso por desinências vocálicas que o distinguem nitidamente do presente do indicativo... e opõem a primeira conjugação... às outras duas" [canto, cantas.../cante, cantes...; vendo, vendes.../venda, vendas...] (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 174);
- permanência no português do infinitivo flexionado (pode remontar ao pret. imp. subj. latino), persistência de um pret. perf. simples;
- existência de dois pret. imperf. do subj. em espanhol: cantase/cantara... (a terminação em "ra" tem a mesma origem do pret. + que perf. do portugues, mas conteúdo semântico diferente);
- o pret. perf. composto do espanhol corresponde ao pret. perf. simples do português (já que o pret. composto do português expressa de forma mais nítida uma diferença aspectual {?}) (Brito, Ana Maria et al., p. 165, 191, 199-200);
- o espanhol dispõe apenas de um auxiliar (haber);
- o semiauxiliar "ficar" do português corresponde a "quedar" em espanhol; e para expressar locativo, o espanhol usa "estar": Donde está el Museo? (Brito, Ana Maria et al., p. 203);
- em "subordinadas temporais introduzidas por quando", o espanhol exige o verbo no presente do subjuntivo, ao passo que o português exige no futuro do subj.: "quando pueda, saldré", "quando puder, sairei" (Brito, Ana Maria et al., p. 209); no caso das introduzidas por "se", ocorre algo semelhante: "se puedo, saldré", "se puder, sairei" (Brito, Ana Maria et al., p. 210); ***o futuro do subjuntivo já não existe mais em espanhol (bem como no francês e no italiano) (p. 211); uso do imperf. do subj. quando em português se esperaria o condicional: "No quisiera morir, caballeros" (Mário Vargas Llosa, La fiesta del chivo, Madrid: Prisa, 2011, p. 549);
- no espanhol, verbos da 2a e 3a conjugação têm no geral as mesmas terminações, diferentemente do que acontece em português; as terminações não são as mesmas no caso de P4 (tememos/partimos) e P5 do pres. indic., P4 (temed, partid) do imperativo e em alguns casos de P1 e P3 do pret. indef.;
- mudanças no radical de verbos irregulares em espanhol (ditongação de "i" e "o" em "ie" e "ue") afetam P1, P2, P3 e P6 do pres. indic. (e consequentemente o pres. subj.); a terceira conjugação ("ir") é a que sofre maior variação (além da ditongação há mudança de "e" para "i", como em "mido, mides, mide...", "pido, pides, pide"; em português, apenas P1 no geral é afetada: firo, feres, fere, ferimos, feris, ferimos) [***em termos gerais, é o português que apresenta a peculiaridade, em relação às outras romanas, de não transformar as vogais latinas "e" e "o" tônicas em ditongos: "mel", "miel", "miele", "miel"; "ovo", "huevo", "uovo", "oeuf"; o espanhol produz ditongos dessas vogais mesmo antes de consoantes dobradas: "tierra", "terra, "terre"; "puerta", "porta", "porte" (Brito, Ana Maria et al., p. 259)];
- outras peculiaridades do espanhol no que diz respeito a verbos irregulares: P1 do pres. indic., e consequentemente todas as pessoas do pres. subj. (aparecimento de "g", como em "pongo", "ponga, pongas..."); pret. indef. (aparecimento de "j", como em "dije"; essa é uma peculiaridade do espanhol com relação as demais romanas: "disse", "dissi", "dis"); futuro do indicativo e condicional (aparecimento de "dr", como "saldré", "br" como em "sabré");
- outros casos: verbo ser, 2a e 3a pessoa sing. do pres. (eres, es); verbo haver, 1a pessoa pl. do pres. (hemos) (1a sing: "he", ≈ ao "hei" do port., ≠ do "ho" do italiano), pret. indef. (hube); verbo estar, pres. subj. (esté, estés, esté, estemos, estéis, estén), pret. indef. (estuve); verbo ter, 1a p. sing. pres. tengo, fut. tendré, pret. perf. (tuve); verbo ir, pres. subj. (vaya, vayas...), pret. indef. (iba, ibas...); verbos hacer (pres. hago, haces...; pres. subj. haga; pret. indef. hice, **P3 hizo); verbo poner (1a p. sing. pres. pongo; pres. subj. ponga; fut. pondré; pret. indef. puse); verbo saber (1a p. sing. pres. sé, pres. subj. ***sepa; fut. sabré; pret. indef. supe); verbo traer (≠ traicionar) (1a p. sing. traigo; pres. subj. traiga; fut. traeré; pret. indef. traje); verbo oir (pres. oigo; oyes, oyes, oímos, oís, oyen; pres. subj. oiga; fut. oiré; pret. indef. oí, imperf. subj. oyera/oyese); verbo decir (1a. p. sing. pres. digo; pres. subj. diga; pret. indef. dije); verbo salir (1a p. sing. pres. salgo, 2a p. sing. pres. sales; fut. saldré; pret. indef. salí);
- outras diferenças entre espanhol e português (verbos): o pret. indef. em geral é mais estranho (as terminações são "e"/"i", "aste"/"iste", "o"/"io", "amos"/"imos", "asteis"/"isteis", "aron"/ieron") (por isso é mais fácil utilizar a forma composta); terminações da 3a pessoa pl. (futuro sempre "an" [do haber, ellos/ellas han]; condicional "ian"; imperf. subj. "ran"; diferentemente, pret. indef. "aron", "ieron");
- ainda: em português e espanhol, o verbo "ser" e o verbo "ir" têm a mesma forma no pret. perf.: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram/fui, fuiste, fue, fuimos, fuisteis, fueron;
- ainda sobre formas lexicais do espanhol (em relação ao português e romanas): "lh" do português aparece como "j" (mas muda também em outras romanas) [e o "j" do espanhol, aliás, aparece muitas vezes no lugar de "x" ou "ss" das demais romanas: "dije", "lujo", "fijo", "ejemplo", Ana Maria Brito et al., p. 265]; "ch" como "ll" (em início de palavra, ambas são resultado de um processo de palatização, comum ao português e ao espanhol, das iniciais "pl", "cl" e "fl" do latim: "cheio", "lleno", "pieno", "plein", Ana Maria Brito et al., p. 260); "f" como "h" (peculiaridade do espanhol com relação às outras romanas: "farina", "harina", "farina", "farine", Ana Maria Brito et al., p. 262); os ditongos "ou" e "oi" do português aparecem como "o": ouro/oro, coisa/cosa (esses ditongos, na verdade, são peculiares ao português com relação às outras romanas, Ana Maria Brito et al., p. 260; conforme dito acima, são evoluções do ditongo "au" do latim, que nas outras romanas deu "o", Elia, p. 167-68); o espanhol não perde, à semelhança do que ocorre com outras romanas e diferentemente do português, "n" e "l" intervocálicos: "lua", "luna", "lune", "soa", "suena, "suona", "sonne", "céu", "cielo, "ciel"; ***o português muitas vezes compensa essa perda com nasalização ou um "i": "mão", "são", "freio", "aveia", "teia", Ana Maria Brito et al., p. 265);
- permanência no português do infinitivo flexionado (pode remontar ao pret. imp. subj. latino), persistência de um pret. perf. simples;
- existência de dois pret. imperf. do subj. em espanhol: cantase/cantara... (a terminação em "ra" tem a mesma origem do pret. + que perf. do portugues, mas conteúdo semântico diferente);
- o pret. perf. composto do espanhol corresponde ao pret. perf. simples do português (já que o pret. composto do português expressa de forma mais nítida uma diferença aspectual {?}) (Brito, Ana Maria et al., p. 165, 191, 199-200);
- o espanhol dispõe apenas de um auxiliar (haber);
- o semiauxiliar "ficar" do português corresponde a "quedar" em espanhol; e para expressar locativo, o espanhol usa "estar": Donde está el Museo? (Brito, Ana Maria et al., p. 203);
- em "subordinadas temporais introduzidas por quando", o espanhol exige o verbo no presente do subjuntivo, ao passo que o português exige no futuro do subj.: "quando pueda, saldré", "quando puder, sairei" (Brito, Ana Maria et al., p. 209); no caso das introduzidas por "se", ocorre algo semelhante: "se puedo, saldré", "se puder, sairei" (Brito, Ana Maria et al., p. 210); ***o futuro do subjuntivo já não existe mais em espanhol (bem como no francês e no italiano) (p. 211); uso do imperf. do subj. quando em português se esperaria o condicional: "No quisiera morir, caballeros" (Mário Vargas Llosa, La fiesta del chivo, Madrid: Prisa, 2011, p. 549);
- no espanhol, verbos da 2a e 3a conjugação têm no geral as mesmas terminações, diferentemente do que acontece em português; as terminações não são as mesmas no caso de P4 (tememos/partimos) e P5 do pres. indic., P4 (temed, partid) do imperativo e em alguns casos de P1 e P3 do pret. indef.;
- mudanças no radical de verbos irregulares em espanhol (ditongação de "i" e "o" em "ie" e "ue") afetam P1, P2, P3 e P6 do pres. indic. (e consequentemente o pres. subj.); a terceira conjugação ("ir") é a que sofre maior variação (além da ditongação há mudança de "e" para "i", como em "mido, mides, mide...", "pido, pides, pide"; em português, apenas P1 no geral é afetada: firo, feres, fere, ferimos, feris, ferimos) [***em termos gerais, é o português que apresenta a peculiaridade, em relação às outras romanas, de não transformar as vogais latinas "e" e "o" tônicas em ditongos: "mel", "miel", "miele", "miel"; "ovo", "huevo", "uovo", "oeuf"; o espanhol produz ditongos dessas vogais mesmo antes de consoantes dobradas: "tierra", "terra, "terre"; "puerta", "porta", "porte" (Brito, Ana Maria et al., p. 259)];
- outras peculiaridades do espanhol no que diz respeito a verbos irregulares: P1 do pres. indic., e consequentemente todas as pessoas do pres. subj. (aparecimento de "g", como em "pongo", "ponga, pongas..."); pret. indef. (aparecimento de "j", como em "dije"; essa é uma peculiaridade do espanhol com relação as demais romanas: "disse", "dissi", "dis"); futuro do indicativo e condicional (aparecimento de "dr", como "saldré", "br" como em "sabré");
- outros casos: verbo ser, 2a e 3a pessoa sing. do pres. (eres, es); verbo haver, 1a pessoa pl. do pres. (hemos) (1a sing: "he", ≈ ao "hei" do port., ≠ do "ho" do italiano), pret. indef. (hube); verbo estar, pres. subj. (esté, estés, esté, estemos, estéis, estén), pret. indef. (estuve); verbo ter, 1a p. sing. pres. tengo, fut. tendré, pret. perf. (tuve); verbo ir, pres. subj. (vaya, vayas...), pret. indef. (iba, ibas...); verbos hacer (pres. hago, haces...; pres. subj. haga; pret. indef. hice, **P3 hizo); verbo poner (1a p. sing. pres. pongo; pres. subj. ponga; fut. pondré; pret. indef. puse); verbo saber (1a p. sing. pres. sé, pres. subj. ***sepa; fut. sabré; pret. indef. supe); verbo traer (≠ traicionar) (1a p. sing. traigo; pres. subj. traiga; fut. traeré; pret. indef. traje); verbo oir (pres. oigo; oyes, oyes, oímos, oís, oyen; pres. subj. oiga; fut. oiré; pret. indef. oí, imperf. subj. oyera/oyese); verbo decir (1a. p. sing. pres. digo; pres. subj. diga; pret. indef. dije); verbo salir (1a p. sing. pres. salgo, 2a p. sing. pres. sales; fut. saldré; pret. indef. salí);
- outras diferenças entre espanhol e português (verbos): o pret. indef. em geral é mais estranho (as terminações são "e"/"i", "aste"/"iste", "o"/"io", "amos"/"imos", "asteis"/"isteis", "aron"/ieron") (por isso é mais fácil utilizar a forma composta); terminações da 3a pessoa pl. (futuro sempre "an" [do haber, ellos/ellas han]; condicional "ian"; imperf. subj. "ran"; diferentemente, pret. indef. "aron", "ieron");
- ainda: em português e espanhol, o verbo "ser" e o verbo "ir" têm a mesma forma no pret. perf.: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram/fui, fuiste, fue, fuimos, fuisteis, fueron;
- ainda sobre formas lexicais do espanhol (em relação ao português e romanas): "lh" do português aparece como "j" (mas muda também em outras romanas) [e o "j" do espanhol, aliás, aparece muitas vezes no lugar de "x" ou "ss" das demais romanas: "dije", "lujo", "fijo", "ejemplo", Ana Maria Brito et al., p. 265]; "ch" como "ll" (em início de palavra, ambas são resultado de um processo de palatização, comum ao português e ao espanhol, das iniciais "pl", "cl" e "fl" do latim: "cheio", "lleno", "pieno", "plein", Ana Maria Brito et al., p. 260); "f" como "h" (peculiaridade do espanhol com relação às outras romanas: "farina", "harina", "farina", "farine", Ana Maria Brito et al., p. 262); os ditongos "ou" e "oi" do português aparecem como "o": ouro/oro, coisa/cosa (esses ditongos, na verdade, são peculiares ao português com relação às outras romanas, Ana Maria Brito et al., p. 260; conforme dito acima, são evoluções do ditongo "au" do latim, que nas outras romanas deu "o", Elia, p. 167-68); o espanhol não perde, à semelhança do que ocorre com outras romanas e diferentemente do português, "n" e "l" intervocálicos: "lua", "luna", "lune", "soa", "suena, "suona", "sonne", "céu", "cielo, "ciel"; ***o português muitas vezes compensa essa perda com nasalização ou um "i": "mão", "são", "freio", "aveia", "teia", Ana Maria Brito et al., p. 265);
- ao contrário do português, do espanhol e do italiano, o francês utiliza o indicativo para expressar tanto probabilidade como certeza (o subjuntivo é, em geral, reservado para expressar possibilidade): "il est probable qu'il viendra"/"é provável que ele venha"; mas a construção "il est probable qu'il vienne" também é possível; com o verbo "esperar" (em afirmações), o frances (ao contrário do espanhol e do portugues, mas essa é uma possibilidade existente igualmente no italiano) também utiliza o indicativo: "j'espère qu'il viendra"/"espero que ele venha"; com o verbo "crer" (em afirmações) o francês utiliza o indicativo (o italiano prefere o subjuntivo que no português é também possível): "je crois qu'il a raison"/"creddo che abbia ragione"/"creio que tenha razão" (Brito, Ana Maria et al., Gramática Comparativa Houaiss: Quatro Línguas Românicas, São Paulo: Publifolha, 2010, p. 206; Michèle Boularès e Jean-Louis Frérot, Grammaire Progressive du Français, CLE International, 2013, p. 52); [ainda: verbos "comprendre" e "admettre" podem vir seguidos de indicativo ou subjuntivo, conforme tenham ou não conotação afetiva (Annie Monnerie, Français au présent, Paris: Didier, 1987, p. 57)] [a conjução "afin que" pode ser seguida de indicativo (no caso do resultado esperado ser certo): "nous leur avons prêté une boussole afin qu'ils ne se perdent pas dans la forêt" (Boularès e Frérot, p. 153)];
- o francês moderno não utiliza o tempo "imperfeito" (nem o "plus-que-parfait") do subjuntivo (inclusive em textos escritos, com exceção de obras clássicas), e substitui essa forma pelos "présent" e "passé" do subjuntivo (são as unicas formas de subjuntivo efetivamente usadas); isso gera dificuldade para o falante de português no que diz respeito sobretudo aos períodos compostos em que a oração principal tem seu verbo no passado (em relações de anterioridade, simultaneidade e posterioridade):
"Je regrettais qu'il ait été absent" (Eu lamentava que ele "tenha estado" ausente.../ Eu lamentava que ele tivesse estado ausente);
"Je regrettais qu'il soit absent" (Eu lamentava que ele "esteja" ausente.../ Eu lamentava que ele estivesse ausente);
"Je regrettais qu'il soit absent" (Eu lamentava que ele "esteja" ausente..../ Eu lamentava que ele fosse estar ausente) [exemplos tirados de David Brodsky, French verbs made simple(r), Austin: Univ. of Texas, 2006];
"Ils parlaient à voix basse pour qu'elle puisse dormir" (Eles falavam baixo para que ela possa dormir.../Eles falavam baixo para que ela pudesse dormir) [Michèle Boularès e Jean-Louis Frérot, Grammaire Progressive du Français, p. 61];
"Ils nous ont téléphoné pour que nous allions dîner avec eux" [Boularès e Frérot, p. 152];
"Si vou étiez venus {hier}, vous m'auriez fait plaisir";
"Si j'avais touché ma bourse {hier}, je t'aurais invité à dîner" [Boularès e Frérot, p. 154]
***o subjonctif présent expressa ações simultâneas ou posteriores ao verbo precedente, e o sobjonctif passé [avoir/être no subjonctif present + participe passé do verbo] expressa ações anteriores ao verbo precendente ou que terminam antes de um adjunto adverbial de tempo [Boularès e Frérot, p. 58];
O francês usa ainda o "imparfait" do indicativo em construções que o português (Brasil) utilizaria o imperfeito do subjuntivo (o imparfait serve para exprimir hipóteses, sugestões, propostas):
"Si j'etais riche, j'achèterais une voiture" (Se eu "era" rico, compraria um carro.../ Se eu fosse rico, compraria um carro);
"Le ciel est gris, come s'il allait pleuvoir" (O céu está cinza como se "ia" chover.../ O céu está cinza como se fosse chover);
"Il m'achettèrait des livres à Paris si je lui donnais l'argent";
"Je l'accompagnerais volontiers si je ne devais pas retourner à Dijon" [Roger Hawkins e Richard Towell, London: Arnold, French Grammar and Usage, p. 229-30];
"Si j'avais de l'argent sur moi, je te le prêterais";
"Si j'étais moins distrait, je n'aurais pas eu cet accident" [Boularès d Frérot, p. 154];
Ou ainda o condicional:
"Je savais que quand je pourrais, je soritrais" (Sabia que quando poderia, sairia.../Sabia que quando pudesse, sairia) [Brito et al. p. 210];
"Il avait promis qu'il écrirait dês qu'il serait arrivé" [Boularés e Frérot, p. 62];
"Il a dit qu'il télephonerait quand il arriverait à la gare" [Boularés e Frérot, p. 63];
E também o mais que perfeito do indicativo (no lugar do imperfeito ou mais que perfeito do subjuntivo):
"Si j'avais su qui elle était, je me serais méfié d'elle" (Boularés e Frérot, p. 46) [***em casos de subordinação condicional {"si..." (?)}, o condicional se emprega somente na oração principal; Grammaire, Les Indispensables, Larousse, 2009, p. 110];
- outra diferença importante é causada pela existência do "futuro do subjuntivo" em português (já não utilizado em espanhol, e tampouco em francês e italiano): "o último que sair fecha a porta"/"le dernier qui sortira fermera la porte", "quando puder, sairei"/"quand je pourrai, je sortirai" (o italiano também utiliza futuro do indicativo nesses casos, e o espanhol, presente do subjuntivo) [Brito et al., p. 209]; o imperfeito do indicativo também pode aparecer no lugar que em português teríamos futuro do subjuntivo: "não o perdoarei nem mesmo se me exigir"/"je ne lui pardonnerai pas même s'il me le demandait" [Boularès e Frérot, p. 61]; até mesmo o passé composé do indicativo: "si demain la fièvre n'a pas baissé, rappelez-moi" (Grammaire, Les Indispensables, Larousse, 2009, p. 105);
***sobre o subjuntivo em geral: tem relação direta com a subordinação (é o modo de boa parte das orações subordinadas, especialmente nos casos em que o verbo principal expressa significados modais, como possibilidade); em inglês, por exemplo, se mantém em cláusulas nominais ("she emphasized that the old system be maintained") [D. P. Ziegeler, "Mood and Modality in Grammar"; B. Aarts, "Subordination", Encyclopedia of Language and Linguistics (Elsevier, 2005)]; nas românicas, conforme dito acima, o aparecimento do condicional (futuro do pretérito) tende a diminuir o uso do subjuntivo;
***muitos dessas dificuldades aparecem em hipóteses eventuais; a consequência é expressa sempre pelo condicional, mas a hipótese aparece no passé do subjuntivo e no imperfeito do indicativo (em vez de no imperfeito ou mais que perfeito do subjuntivo, como seria o caso em português) [Boularès e Frérot, p. 154];
- o francês utiliza être como auxiliar em certos casos (verbos pronominais, verbos intransitivos) (est arrivé, me suis fait, me suis tombé, me suis trompé):
- ainda, o pretérito anterior é efetivamente usado apenas em francês (não existe em português, e o emprego no italiano e espanhol reduz-se a orações subordinadas em contexto literário): "il eu vite fait de dîner" (escrito), "il a eu vite fait de dîner" (forma mais que composta do falado)/ "ele acabou rápido de jantar" [Brito, Ana Maria et al., p. 201];
- aquilo que em português e espanhol chama-se "condicional composto" (no Brasil, "futuro do pretérito composto"), em francês e italiano chama-se respectivamente "condizionale passato" e "conditionnel passé" (mas o sentido das contruções é o mesmo {?});
- locuções semelhantes ao português: "venir de"/"acabar de" (para expressar ação que ocorre imediatamente antes de outra): "tu ne fais que répéter ce que je viens de te dire!" (ou ainda "tu ne a fait que répéter ce que je venais de te dire") (Hawkins e Towell, French Grammar and Usage, p. 236); outra expressão usual que exprime aspecto (desdobramento de ação no presente): en train de + infinitivo; uso de "tout" com o gérondif: "elle reste mince tout en mangeant beaucoup" (Boularès e Frérot, p. 76) (o português possibilita o mesmo tipo de construção com "mesmo"); uso de preposição "de" em construções passivas (casos diferentes do português), verbos que exprimem sentimento e atitude (aimer, détester, haîr...) e verbos connaître, oublier e ignorer: "il est apprécié de tout le monde" (Boularès e Frérot, p. 82); être no presente + "sur le point de" (prestes a), expressa ação posterior à outra (no presente); no caso de expressar ação posterior à outra no passado, o verbo être é conjugado no imperfeito, e essa ultima construção, em certos casos, pode ser feita também com aller (no imperfeito) + infinitivo ["elle nous a dit de nous dépêcher parce que le repais allait être froid", "elle criait qu'elle allait rentrer", "elle nous a appelé pour nous dire qu'il était sur le point de sortir"] (Boularès e Frérot, p. 48); "dire de" como expressão que introduz discurso indireto (paralelamente a "dire que"): "il dit de l'appeler plus tard" (Boularès e Frérot, p. 90);
- no imperativo P2 perde o "s" final só na primeira conjugação (ER); nos outros casos (incluindo as outras pessoas {P4 e P5}), a conjugação é igual a do indicativo;
- na negação do infinitivo, "pas" precede o verbo: "ne pas aller...", "ne pas avoir...";
- infinitif passé; participe présent, forme composée;
- diferença entre o participe présent e o adjectif verbal: "nous avons des opinions convergentes, et des opinions convergeant sur le neoliberalisme sourtout"; "son argument convaincant me convainquant, nous avons bu un champagne" (a diferença morfológica aparece apenas no caso de alguns verbos) (Boularès e Frérot, p. 78-79); [ainda, verbos conjugados com avoir, ao funcionar como adjetivos, demandam être: "elle a bien changé en deux ans", "elle est bien changée ajourd'hui" (Bescherelle, Quebec: HMH, 2006, p. 13);
- concordância do participe passé com o objeto, no caso desse preceder o particípio: "la fenêtre qu'ils ont ouverte"/ "ils ont ouvert la fenêtre" (Brito et al., p. 199); no caso de verbos pronominais, se o pronome é objeto indireto, a concordância não é feita: "ils se sont dit qu'ils avaient raison" [no caso de ser objeto direto, mas de o verbo vir seguido de outro objeto direto, a concordância também não é feita: "elle s'est lavé les cheveux"] [mesma regra vale para verbos recíprocos: "elles se sont reencontrées et se sont parlé" (no caso de "parler" não há concordância, porque o pronome é objeto indireto, parler à) (Boularès e Frérot, p. 84);
- ampliação de verbos da terceira conjugação pelo infixo "iss": "unissant" (Brito e al., p. 167);
- "à cause de" introduz uma causa cuja consequência, no geral, é negativa (Boularès e Frérot, p. 136); "si bien que" introduz consequência (o sentido é diferente da expressão em português "se bem que"); "car" é uma conjunção utilizada principalmente na linguagem escrita (Boularès e Frérot, p. 136); "allors" é uma conjunção utilizada sobretudo na linguagem oral (Boularès e Frérot, p. 140); a preposição "en" pode introduzir comparações: "il est mort en héros" (Boularès e Frérot, p. 144);
- sobre morfologia dos verbos: uso frequente de "s" como terminação de P1 (comum a P2) (mas não ocorre com verbos da primeira conjugação, terminados em "er", com exceção de aller; deve-se considerar também que o "s" não é pronunciado) (o "s" para P2 e o "t" [ocasionalmente "d" ou elidido] para P3 são previsíveis, *****mas há também uma elisão de consoante no radical que afeta as três pessoas [é comum falar-se {com relação a esses verbos terminados em ir e re} de um contraste entre essas formas {P1, P2 e P3 do presente} e todas as outras, cuja construção muitas vezes se sugere seja feita a partir do particípio presente, que conserva o radical sem redução]): je finis, tu finis, il finit, je pars, tu pars, il part, je mens, tu mens, il ment, je sors, tu sors, il sort, je sens, tu sens, il sent, je bous, tu bous, il bout, je dors, tu dors, il dort, je cours, tu cours, il court, je rends, tu rends, il rend (contrapostos a je aime, tu aimes, il aime, je couvre, tu couvres, il couvre); uso ocasional de "x" como terminação P1 e P2: valoir, vouloir, pouvoir, faillir ("je vaux", "tu vaux", "je veux", "tu veux", "je peux", "tu peux", "je faux", "tu faux") (não é pronunciado); uso de "tes" como terminação de P5 (em três casos) (afeta também acentuação): être, faire, dire ("vous êtes", "vous faites", "vous dites"); o imperfeito do indicativo é um tempo de fácil conjugação (como nas outras românicas, é extremamente regular; cabe lembrar que o "s" como terminação de P1 já aparece aqui), e as formas de P4 e P5 desse tempo repetem-se no subjuntivo ("nous amions", "vous amiez", "que nous amions", "que vous amiez") (para as outras pessoas, no geral, o subjuntivo pouco difere do presente do indicativo, tendo como marca a vogal "e" na terminação [com exceção de P4 e P5, as terminações são as mesmas do presente dos verbos em er]); as terminações do imperfeito (ais, ais, ait, ions, iez, aient) aparecem ainda no condicional (construído originalmente com o verbo no infinitivo + haver no imperfeito [o italiano, das românicas é exceção, utilizando o haver no pretérito perfeito]); como o acento de P4 e P5 no presente não cai no radical, sua morfologia guarda maior semelhança com as formas do imperfeito (com P4 e P5 do subjuntivo, e ainda com o particípio presente) (a pronúncia de P6, por outro lado, tende a se confundir com a de P1, P2 e P3, mesmo quando é grafada de forma diferente); a morfologia comum ao futuro e ao condicional por vezes é inesperada, porque, apesar da origem ser a mesma do português (provém de locução do verbo no infinitivo + haver), há inserção de "consoantes de ligação" e assimilação do "r": tiendrai (tenir), viendrai (venir), enverrai (envoyer), verrai (voir), acquerrai (acquerir) (em português espera-se também a presença de uma vogal temática que no francês no geral desapareceu: je devrai [e não je de-ver-ai], je recevrai [e não je re-ce-ver-ai] [mas por outro lado há casos como je servirai]); no caso de haïr, finir (e outros 300 verbos que se conjugam como finir, entre eles ***choisir), há uma extensão do radical em "ss" (afeta P4, P5 e P6 do presente, o imperfeito, o subjuntivo e o particípio presente): nous finissons, vous finissez, je finissais, que je finisse, en finissant;
- casos mais complicados são aller: radical all (inexistente em português) em P4 e P5 do presente, imperfeito, subjuntivo (aill) e particípios: allons, allez, allais, aille, allant, allé (os outros radicais são comuns ao português, je vais, je irai); tenir, venir (e devenir, parvenir, provenir, souvenir): ditongação da vogal "e" do radical, incluindo futuro e condicional (onde o radical não é acentuado, mas P4 e P5 do presente não ditongam) (tiens, viens, tienne, vienne, tiendrai, viendrai) (verbos como acquerir, por outro lado, só ditongam presente e subjuntivo, mas acquerir, por causa do "r" no radical, tem também a peculiaridade da semelhança de muitas formas, sobretudo em P4, P5 e P6); faillir, alteração das vogais do radical em P1, P2 e P3 do presente (je faux, tu faux, il faut); mourir, alteração das vogais do radical em P1, P2 e P3 tanto do presente do indicativo como do subjuntivo (je meurs, que je meure) (o mesmo se dá com ***ouïr [e aqui é preciso atenção à pronúncia, je ois] e com devoir e emouvoir (e mouvoir) com P6 também sendo afetada [ils doivent, ils émeuvent, ils meuvent]); voir, alteração vocálica e assimilação do "r" no futuro e condicional (je verrai); savoir, alteração vocálica em P1, P2, P3 do presente, todas as pessoas do futuro (mais assimilação do "r"), e alteração da consoante em todas as pessoas do subjuntivo (mesmo P4 e P5) (je sais, je saurai, que je sache); pouvoir, terminação "x" em P1 e P2 do presente, alterações vocálicas no radical em P1, P2, P3 e P6 no presente e em todas as pessoas no subjuntivo (mesmo P4 e P5) (je peux, que je puisse), assimilação do "r" no futuro (pourrai); valoir, terminação "x" em P1 e P2 do presente, alterações do radical em P1, P2 e P3 do presente, do subjuntivo e em todas as pessoas do futuro e condicional (em que há também "consoante de ligação") (je vaux, je vaille, je vaudrai, je vaudrais); vouloir, terminação "x" em P1 e P2 do presente, alterações em P1, P2, P3 e P6 do presente e do subjuntivo, "consoante de ligação" no futuro e condicional (je veux, je veuille, je voudrai); prendre (e comprendre, apprendre, entreprende, méprendre), eliminação do "d" do radical em P4, P5 e P6 do presente (paradoxalmente mantido em P1, P2 e P3, mas sem ser pronunciado {?}), no imperfeito (todas as pessoas) e no subjuntivo (todas as pessoas) (nous prenons, je prenais, que je prenne); processo similar ao anterior, ocorre com peindre, joindre, craindre [e plaindre, contraindre] (com surgimento de "gn"): nous peignons, je peignais, que je peigne, nous joignons, je joignais, que je joigne etc.); vaincre, a ausência da "vogal temática", torna as formas futuras inesperadas do ponto de vista do português: je vaincrai (em vez de je vain-ce-rai); faloir, verbo conjugado apenas terceira pessoa, mas com várias alterações no radical (il faut, il faudra, il faille); faire, P5 e P6 do presente (faites, ***font), alteração vocálica no futuro e condicional (je ferai), "s" em P4 do presente e em todas as pessoas do imperfeito (nous faisons, je faisais), "ss" no subjuntivo (que je fasse); plaire (também complaire, taire), uso de "s" em P4, P5 e P6 do presente, todas as pessoas do imperfeito e subjuntivo (nous plaisons, je plaisais, que je plaise); paraître, uso de "ss" em P4, P5 e P6 do presente, todas as pessoas do imperfeito e subjuntivo (nous paraissons, je paraissais, que je paraisse) (o mesmo se dá com naitre); croître, alterações semelhantes às de paraître e naître, não elisão da consoante no futuro (je croîtrai); boire, uso de "v" em P4, P5 e P6 do presente, em todas as pessoas do imperfeito e no subjuntivo (nous buvons, je buvais, que je boive) (há alteração vocálica em P4, P5 do presente e do subjuntivo e em todas as pessoas do imperfeito); absoudre (e dissoudre) e resoudre, semelhantes ao caso anterior, uso de "lv" (o que torna muito similar às formas do português, nous absolvons, je absolvais, que je absolve); coudre, uso de "s" no mesmo sentido; lire, dire, confire (e suffire), cuire (e conduire, déduire, introduire, produire, séduire, traduire, construire, détruire, nuire), uso de "s" no mesmo sentido; écrire, uso de "v" no mesmo sentido; moudre, uso de "l" no msemo sentido (nous moulons, je moulais, que je moule); suivre, semelhança de P1 do presente com a do verbo être (je suis);
- SISTEMATIZAÇÃO das alterações de verbos irregulares, vocálicas: ditongação de "e" em "ie" que afeta várias pessoas e tempos (P1, P2, P3 e P6 do presente e do subjuntivo, todas as pessoas dos tempos futuros) (tenir, je tiens, je tiendrai, je tiendrais, que je tienne) (verbo venir e outros derivados também sofrem essas alterações); outra alteração comum é a transformação de "ou" em "eu" nas P1, P2, P3 e P6 do presente (pouvoir, je peut, vouloir, je veux), e em alguns casos também nas mesmas pessoas do subjuntivo (mourir, je meurs, que je meure, mouvoir, je meus, que je meuve); há mudanças afetando as mesmas pessoas e tempos, com ditongação de "e" em "oi" (devoir, je doit, que je doive); há, por outro lado, transformações de "oi" e também de "ai" em "e", no caso de tempos futuros (voir, je verrai, faire, je ferai); nos tempos futuros há também transformação de "a" em "au" (falloir, il faudra, savoir, je saurai, valoir, je vaudrai) (a mesma transformação ocorre ainda em P1, P2, P3 do presente de valoir, e ela lembra o que ocorre nesses casos com faillir: je vaux, tu vaux, il vaut, je faux, tu faux, il faut); no caso específico do subjuntivo, há transformações de "a" para "ai" (aller, que je aille, valoir, que je vaille), "ou" para "ui" e "eui" (pouvoir, que je puisse, vouloir, que je veuille [mas que je moule]) (com a exceção de pouvoir, essas alterações não afetam P4 e P5, cujo acento não cai no radical) (a vogal "i" parece característica de tempos como o imperfeito e o subjuntivo, mas observar que com faire ocorre o oposto: que je ***fasse); ainda, "a" para "ai" em P1, P2 e P3 de savoir (je sais, tu sais, il sait), "oi" para "u" em P4 e P5 (presente e subjuntivo) e no imperfeito de boire (nous buvons, que nous buvions, je buvais);
- SISTEMATIZAÇÃO das alterações de verbos irregulares, consonantais: "s", funciona como "consoante de ligação" em casos do presente, do imperfeito e do subjuntivo (em geral P4, P5 e P6 do presente, todas as pessoas do imperfeito, e todas as pessoas do subjuntivo) (plaire, nous plaisons, je plaisais, que je plaise) (outros verbos que se comportam de forma semelhante são complaire, taire, coudre, lire, dire, suffire, cuire, conduire, déduire, introduire, produire, séduire, traduire, construire, détruire, nuire); no caso de outros verbos é "ss" que tem essa função (paraître, nous paraissons, je paraissais, que je paraisse) (ainda naître e croître); no caso de faire, "s" aparece em P4 e P5 do presente e no imperfeito, e "ss" no subjuntivo (nous faisons, je faisais, que je fasse); no caso de pouvoir, só "ss" aparece, no subjuntivo (que je puisse) (a existência de "v" no radical já permite a "ligação" em outros casos) (no caso de savoir, é "ch" que cumpre a mesma função, que je ***sache); "v" desempenha essas mesmas funções em verbos como boire e écrire, e "vl" em verbos como absoudre, dissoudre, résoudre (nous buvons, je buvais, que je boive, nous écrivons, je ecrivais, que je écrive, nous absolvons, je absolvais, que je absolve) (no caso de verbos que já possuem "v" no radical [pouvoir, suivre, vivre], essas "ligações" ocorrem naturalmente); no caso de moudre é "l" que desemplenha essas funções (nous moulons, je moulais, que je moule); em alguns verbos com "d" no radical, há elisão dessa consoante em P4, P5 e P6 do presente e do subjuntivo e no imperfeito (a "ligação" é feita pelo "n" anterior, que muitas vezes dobra) (prendre, nous prenons, je prenais, que je prenne) (outros casos são comprendre, méprendre, apprendre, entreprendre); é "gn" que substitui "d" em outros casos (peindre, nous peignons, je peignais, que je peigne) (também joindre, craindre, plaindre, contraindre); a mesma consoante "d" que desaparece nesses casos é, entretanto, utilizada como "consoante de ligação" em tempos futuros de verbos como valoir e vouloir (je vaudrai, je voudrai); a assimilação do "r" gera formas do futuro como je pourrai, je saurai; "x" é introduzida como terminação característica de P1 e P2 em pouvoir, valoir, vouloir e faillir;
- o francês moderno não utiliza o tempo "imperfeito" (nem o "plus-que-parfait") do subjuntivo (inclusive em textos escritos, com exceção de obras clássicas), e substitui essa forma pelos "présent" e "passé" do subjuntivo (são as unicas formas de subjuntivo efetivamente usadas); isso gera dificuldade para o falante de português no que diz respeito sobretudo aos períodos compostos em que a oração principal tem seu verbo no passado (em relações de anterioridade, simultaneidade e posterioridade):
"Je regrettais qu'il ait été absent" (Eu lamentava que ele "tenha estado" ausente.../ Eu lamentava que ele tivesse estado ausente);
"Je regrettais qu'il soit absent" (Eu lamentava que ele "esteja" ausente.../ Eu lamentava que ele estivesse ausente);
"Je regrettais qu'il soit absent" (Eu lamentava que ele "esteja" ausente..../ Eu lamentava que ele fosse estar ausente) [exemplos tirados de David Brodsky, French verbs made simple(r), Austin: Univ. of Texas, 2006];
"Ils parlaient à voix basse pour qu'elle puisse dormir" (Eles falavam baixo para que ela possa dormir.../Eles falavam baixo para que ela pudesse dormir) [Michèle Boularès e Jean-Louis Frérot, Grammaire Progressive du Français, p. 61];
"Ils nous ont téléphoné pour que nous allions dîner avec eux" [Boularès e Frérot, p. 152];
"Si vou étiez venus {hier}, vous m'auriez fait plaisir";
"Si j'avais touché ma bourse {hier}, je t'aurais invité à dîner" [Boularès e Frérot, p. 154]
***o subjonctif présent expressa ações simultâneas ou posteriores ao verbo precedente, e o sobjonctif passé [avoir/être no subjonctif present + participe passé do verbo] expressa ações anteriores ao verbo precendente ou que terminam antes de um adjunto adverbial de tempo [Boularès e Frérot, p. 58];
O francês usa ainda o "imparfait" do indicativo em construções que o português (Brasil) utilizaria o imperfeito do subjuntivo (o imparfait serve para exprimir hipóteses, sugestões, propostas):
"Si j'etais riche, j'achèterais une voiture" (Se eu "era" rico, compraria um carro.../ Se eu fosse rico, compraria um carro);
"Le ciel est gris, come s'il allait pleuvoir" (O céu está cinza como se "ia" chover.../ O céu está cinza como se fosse chover);
"Il m'achettèrait des livres à Paris si je lui donnais l'argent";
"Je l'accompagnerais volontiers si je ne devais pas retourner à Dijon" [Roger Hawkins e Richard Towell, London: Arnold, French Grammar and Usage, p. 229-30];
"Si j'avais de l'argent sur moi, je te le prêterais";
"Si j'étais moins distrait, je n'aurais pas eu cet accident" [Boularès d Frérot, p. 154];
Ou ainda o condicional:
"Je savais que quand je pourrais, je soritrais" (Sabia que quando poderia, sairia.../Sabia que quando pudesse, sairia) [Brito et al. p. 210];
"Il avait promis qu'il écrirait dês qu'il serait arrivé" [Boularés e Frérot, p. 62];
"Il a dit qu'il télephonerait quand il arriverait à la gare" [Boularés e Frérot, p. 63];
E também o mais que perfeito do indicativo (no lugar do imperfeito ou mais que perfeito do subjuntivo):
"Si j'avais su qui elle était, je me serais méfié d'elle" (Boularés e Frérot, p. 46) [***em casos de subordinação condicional {"si..." (?)}, o condicional se emprega somente na oração principal; Grammaire, Les Indispensables, Larousse, 2009, p. 110];
- outra diferença importante é causada pela existência do "futuro do subjuntivo" em português (já não utilizado em espanhol, e tampouco em francês e italiano): "o último que sair fecha a porta"/"le dernier qui sortira fermera la porte", "quando puder, sairei"/"quand je pourrai, je sortirai" (o italiano também utiliza futuro do indicativo nesses casos, e o espanhol, presente do subjuntivo) [Brito et al., p. 209]; o imperfeito do indicativo também pode aparecer no lugar que em português teríamos futuro do subjuntivo: "não o perdoarei nem mesmo se me exigir"/"je ne lui pardonnerai pas même s'il me le demandait" [Boularès e Frérot, p. 61]; até mesmo o passé composé do indicativo: "si demain la fièvre n'a pas baissé, rappelez-moi" (Grammaire, Les Indispensables, Larousse, 2009, p. 105);
***sobre o subjuntivo em geral: tem relação direta com a subordinação (é o modo de boa parte das orações subordinadas, especialmente nos casos em que o verbo principal expressa significados modais, como possibilidade); em inglês, por exemplo, se mantém em cláusulas nominais ("she emphasized that the old system be maintained") [D. P. Ziegeler, "Mood and Modality in Grammar"; B. Aarts, "Subordination", Encyclopedia of Language and Linguistics (Elsevier, 2005)]; nas românicas, conforme dito acima, o aparecimento do condicional (futuro do pretérito) tende a diminuir o uso do subjuntivo;
***muitos dessas dificuldades aparecem em hipóteses eventuais; a consequência é expressa sempre pelo condicional, mas a hipótese aparece no passé do subjuntivo e no imperfeito do indicativo (em vez de no imperfeito ou mais que perfeito do subjuntivo, como seria o caso em português) [Boularès e Frérot, p. 154];
- o francês utiliza être como auxiliar em certos casos (verbos pronominais, verbos intransitivos) (est arrivé, me suis fait, me suis tombé, me suis trompé):
- ainda, o pretérito anterior é efetivamente usado apenas em francês (não existe em português, e o emprego no italiano e espanhol reduz-se a orações subordinadas em contexto literário): "il eu vite fait de dîner" (escrito), "il a eu vite fait de dîner" (forma mais que composta do falado)/ "ele acabou rápido de jantar" [Brito, Ana Maria et al., p. 201];
- aquilo que em português e espanhol chama-se "condicional composto" (no Brasil, "futuro do pretérito composto"), em francês e italiano chama-se respectivamente "condizionale passato" e "conditionnel passé" (mas o sentido das contruções é o mesmo {?});
- locuções semelhantes ao português: "venir de"/"acabar de" (para expressar ação que ocorre imediatamente antes de outra): "tu ne fais que répéter ce que je viens de te dire!" (ou ainda "tu ne a fait que répéter ce que je venais de te dire") (Hawkins e Towell, French Grammar and Usage, p. 236); outra expressão usual que exprime aspecto (desdobramento de ação no presente): en train de + infinitivo; uso de "tout" com o gérondif: "elle reste mince tout en mangeant beaucoup" (Boularès e Frérot, p. 76) (o português possibilita o mesmo tipo de construção com "mesmo"); uso de preposição "de" em construções passivas (casos diferentes do português), verbos que exprimem sentimento e atitude (aimer, détester, haîr...) e verbos connaître, oublier e ignorer: "il est apprécié de tout le monde" (Boularès e Frérot, p. 82); être no presente + "sur le point de" (prestes a), expressa ação posterior à outra (no presente); no caso de expressar ação posterior à outra no passado, o verbo être é conjugado no imperfeito, e essa ultima construção, em certos casos, pode ser feita também com aller (no imperfeito) + infinitivo ["elle nous a dit de nous dépêcher parce que le repais allait être froid", "elle criait qu'elle allait rentrer", "elle nous a appelé pour nous dire qu'il était sur le point de sortir"] (Boularès e Frérot, p. 48); "dire de" como expressão que introduz discurso indireto (paralelamente a "dire que"): "il dit de l'appeler plus tard" (Boularès e Frérot, p. 90);
- no imperativo P2 perde o "s" final só na primeira conjugação (ER); nos outros casos (incluindo as outras pessoas {P4 e P5}), a conjugação é igual a do indicativo;
- na negação do infinitivo, "pas" precede o verbo: "ne pas aller...", "ne pas avoir...";
- infinitif passé; participe présent, forme composée;
- diferença entre o participe présent e o adjectif verbal: "nous avons des opinions convergentes, et des opinions convergeant sur le neoliberalisme sourtout"; "son argument convaincant me convainquant, nous avons bu un champagne" (a diferença morfológica aparece apenas no caso de alguns verbos) (Boularès e Frérot, p. 78-79); [ainda, verbos conjugados com avoir, ao funcionar como adjetivos, demandam être: "elle a bien changé en deux ans", "elle est bien changée ajourd'hui" (Bescherelle, Quebec: HMH, 2006, p. 13);
- concordância do participe passé com o objeto, no caso desse preceder o particípio: "la fenêtre qu'ils ont ouverte"/ "ils ont ouvert la fenêtre" (Brito et al., p. 199); no caso de verbos pronominais, se o pronome é objeto indireto, a concordância não é feita: "ils se sont dit qu'ils avaient raison" [no caso de ser objeto direto, mas de o verbo vir seguido de outro objeto direto, a concordância também não é feita: "elle s'est lavé les cheveux"] [mesma regra vale para verbos recíprocos: "elles se sont reencontrées et se sont parlé" (no caso de "parler" não há concordância, porque o pronome é objeto indireto, parler à) (Boularès e Frérot, p. 84);
- ampliação de verbos da terceira conjugação pelo infixo "iss": "unissant" (Brito e al., p. 167);
- "à cause de" introduz uma causa cuja consequência, no geral, é negativa (Boularès e Frérot, p. 136); "si bien que" introduz consequência (o sentido é diferente da expressão em português "se bem que"); "car" é uma conjunção utilizada principalmente na linguagem escrita (Boularès e Frérot, p. 136); "allors" é uma conjunção utilizada sobretudo na linguagem oral (Boularès e Frérot, p. 140); a preposição "en" pode introduzir comparações: "il est mort en héros" (Boularès e Frérot, p. 144);
- sobre morfologia dos verbos: uso frequente de "s" como terminação de P1 (comum a P2) (mas não ocorre com verbos da primeira conjugação, terminados em "er", com exceção de aller; deve-se considerar também que o "s" não é pronunciado) (o "s" para P2 e o "t" [ocasionalmente "d" ou elidido] para P3 são previsíveis, *****mas há também uma elisão de consoante no radical que afeta as três pessoas [é comum falar-se {com relação a esses verbos terminados em ir e re} de um contraste entre essas formas {P1, P2 e P3 do presente} e todas as outras, cuja construção muitas vezes se sugere seja feita a partir do particípio presente, que conserva o radical sem redução]): je finis, tu finis, il finit, je pars, tu pars, il part, je mens, tu mens, il ment, je sors, tu sors, il sort, je sens, tu sens, il sent, je bous, tu bous, il bout, je dors, tu dors, il dort, je cours, tu cours, il court, je rends, tu rends, il rend (contrapostos a je aime, tu aimes, il aime, je couvre, tu couvres, il couvre); uso ocasional de "x" como terminação P1 e P2: valoir, vouloir, pouvoir, faillir ("je vaux", "tu vaux", "je veux", "tu veux", "je peux", "tu peux", "je faux", "tu faux") (não é pronunciado); uso de "tes" como terminação de P5 (em três casos) (afeta também acentuação): être, faire, dire ("vous êtes", "vous faites", "vous dites"); o imperfeito do indicativo é um tempo de fácil conjugação (como nas outras românicas, é extremamente regular; cabe lembrar que o "s" como terminação de P1 já aparece aqui), e as formas de P4 e P5 desse tempo repetem-se no subjuntivo ("nous amions", "vous amiez", "que nous amions", "que vous amiez") (para as outras pessoas, no geral, o subjuntivo pouco difere do presente do indicativo, tendo como marca a vogal "e" na terminação [com exceção de P4 e P5, as terminações são as mesmas do presente dos verbos em er]); as terminações do imperfeito (ais, ais, ait, ions, iez, aient) aparecem ainda no condicional (construído originalmente com o verbo no infinitivo + haver no imperfeito [o italiano, das românicas é exceção, utilizando o haver no pretérito perfeito]); como o acento de P4 e P5 no presente não cai no radical, sua morfologia guarda maior semelhança com as formas do imperfeito (com P4 e P5 do subjuntivo, e ainda com o particípio presente) (a pronúncia de P6, por outro lado, tende a se confundir com a de P1, P2 e P3, mesmo quando é grafada de forma diferente); a morfologia comum ao futuro e ao condicional por vezes é inesperada, porque, apesar da origem ser a mesma do português (provém de locução do verbo no infinitivo + haver), há inserção de "consoantes de ligação" e assimilação do "r": tiendrai (tenir), viendrai (venir), enverrai (envoyer), verrai (voir), acquerrai (acquerir) (em português espera-se também a presença de uma vogal temática que no francês no geral desapareceu: je devrai [e não je de-ver-ai], je recevrai [e não je re-ce-ver-ai] [mas por outro lado há casos como je servirai]); no caso de haïr, finir (e outros 300 verbos que se conjugam como finir, entre eles ***choisir), há uma extensão do radical em "ss" (afeta P4, P5 e P6 do presente, o imperfeito, o subjuntivo e o particípio presente): nous finissons, vous finissez, je finissais, que je finisse, en finissant;
- casos mais complicados são aller: radical all (inexistente em português) em P4 e P5 do presente, imperfeito, subjuntivo (aill) e particípios: allons, allez, allais, aille, allant, allé (os outros radicais são comuns ao português, je vais, je irai); tenir, venir (e devenir, parvenir, provenir, souvenir): ditongação da vogal "e" do radical, incluindo futuro e condicional (onde o radical não é acentuado, mas P4 e P5 do presente não ditongam) (tiens, viens, tienne, vienne, tiendrai, viendrai) (verbos como acquerir, por outro lado, só ditongam presente e subjuntivo, mas acquerir, por causa do "r" no radical, tem também a peculiaridade da semelhança de muitas formas, sobretudo em P4, P5 e P6); faillir, alteração das vogais do radical em P1, P2 e P3 do presente (je faux, tu faux, il faut); mourir, alteração das vogais do radical em P1, P2 e P3 tanto do presente do indicativo como do subjuntivo (je meurs, que je meure) (o mesmo se dá com ***ouïr [e aqui é preciso atenção à pronúncia, je ois] e com devoir e emouvoir (e mouvoir) com P6 também sendo afetada [ils doivent, ils émeuvent, ils meuvent]); voir, alteração vocálica e assimilação do "r" no futuro e condicional (je verrai); savoir, alteração vocálica em P1, P2, P3 do presente, todas as pessoas do futuro (mais assimilação do "r"), e alteração da consoante em todas as pessoas do subjuntivo (mesmo P4 e P5) (je sais, je saurai, que je sache); pouvoir, terminação "x" em P1 e P2 do presente, alterações vocálicas no radical em P1, P2, P3 e P6 no presente e em todas as pessoas no subjuntivo (mesmo P4 e P5) (je peux, que je puisse), assimilação do "r" no futuro (pourrai); valoir, terminação "x" em P1 e P2 do presente, alterações do radical em P1, P2 e P3 do presente, do subjuntivo e em todas as pessoas do futuro e condicional (em que há também "consoante de ligação") (je vaux, je vaille, je vaudrai, je vaudrais); vouloir, terminação "x" em P1 e P2 do presente, alterações em P1, P2, P3 e P6 do presente e do subjuntivo, "consoante de ligação" no futuro e condicional (je veux, je veuille, je voudrai); prendre (e comprendre, apprendre, entreprende, méprendre), eliminação do "d" do radical em P4, P5 e P6 do presente (paradoxalmente mantido em P1, P2 e P3, mas sem ser pronunciado {?}), no imperfeito (todas as pessoas) e no subjuntivo (todas as pessoas) (nous prenons, je prenais, que je prenne); processo similar ao anterior, ocorre com peindre, joindre, craindre [e plaindre, contraindre] (com surgimento de "gn"): nous peignons, je peignais, que je peigne, nous joignons, je joignais, que je joigne etc.); vaincre, a ausência da "vogal temática", torna as formas futuras inesperadas do ponto de vista do português: je vaincrai (em vez de je vain-ce-rai); faloir, verbo conjugado apenas terceira pessoa, mas com várias alterações no radical (il faut, il faudra, il faille); faire, P5 e P6 do presente (faites, ***font), alteração vocálica no futuro e condicional (je ferai), "s" em P4 do presente e em todas as pessoas do imperfeito (nous faisons, je faisais), "ss" no subjuntivo (que je fasse); plaire (também complaire, taire), uso de "s" em P4, P5 e P6 do presente, todas as pessoas do imperfeito e subjuntivo (nous plaisons, je plaisais, que je plaise); paraître, uso de "ss" em P4, P5 e P6 do presente, todas as pessoas do imperfeito e subjuntivo (nous paraissons, je paraissais, que je paraisse) (o mesmo se dá com naitre); croître, alterações semelhantes às de paraître e naître, não elisão da consoante no futuro (je croîtrai); boire, uso de "v" em P4, P5 e P6 do presente, em todas as pessoas do imperfeito e no subjuntivo (nous buvons, je buvais, que je boive) (há alteração vocálica em P4, P5 do presente e do subjuntivo e em todas as pessoas do imperfeito); absoudre (e dissoudre) e resoudre, semelhantes ao caso anterior, uso de "lv" (o que torna muito similar às formas do português, nous absolvons, je absolvais, que je absolve); coudre, uso de "s" no mesmo sentido; lire, dire, confire (e suffire), cuire (e conduire, déduire, introduire, produire, séduire, traduire, construire, détruire, nuire), uso de "s" no mesmo sentido; écrire, uso de "v" no mesmo sentido; moudre, uso de "l" no msemo sentido (nous moulons, je moulais, que je moule); suivre, semelhança de P1 do presente com a do verbo être (je suis);
- SISTEMATIZAÇÃO das alterações de verbos irregulares, vocálicas: ditongação de "e" em "ie" que afeta várias pessoas e tempos (P1, P2, P3 e P6 do presente e do subjuntivo, todas as pessoas dos tempos futuros) (tenir, je tiens, je tiendrai, je tiendrais, que je tienne) (verbo venir e outros derivados também sofrem essas alterações); outra alteração comum é a transformação de "ou" em "eu" nas P1, P2, P3 e P6 do presente (pouvoir, je peut, vouloir, je veux), e em alguns casos também nas mesmas pessoas do subjuntivo (mourir, je meurs, que je meure, mouvoir, je meus, que je meuve); há mudanças afetando as mesmas pessoas e tempos, com ditongação de "e" em "oi" (devoir, je doit, que je doive); há, por outro lado, transformações de "oi" e também de "ai" em "e", no caso de tempos futuros (voir, je verrai, faire, je ferai); nos tempos futuros há também transformação de "a" em "au" (falloir, il faudra, savoir, je saurai, valoir, je vaudrai) (a mesma transformação ocorre ainda em P1, P2, P3 do presente de valoir, e ela lembra o que ocorre nesses casos com faillir: je vaux, tu vaux, il vaut, je faux, tu faux, il faut); no caso específico do subjuntivo, há transformações de "a" para "ai" (aller, que je aille, valoir, que je vaille), "ou" para "ui" e "eui" (pouvoir, que je puisse, vouloir, que je veuille [mas que je moule]) (com a exceção de pouvoir, essas alterações não afetam P4 e P5, cujo acento não cai no radical) (a vogal "i" parece característica de tempos como o imperfeito e o subjuntivo, mas observar que com faire ocorre o oposto: que je ***fasse); ainda, "a" para "ai" em P1, P2 e P3 de savoir (je sais, tu sais, il sait), "oi" para "u" em P4 e P5 (presente e subjuntivo) e no imperfeito de boire (nous buvons, que nous buvions, je buvais);
- SISTEMATIZAÇÃO das alterações de verbos irregulares, consonantais: "s", funciona como "consoante de ligação" em casos do presente, do imperfeito e do subjuntivo (em geral P4, P5 e P6 do presente, todas as pessoas do imperfeito, e todas as pessoas do subjuntivo) (plaire, nous plaisons, je plaisais, que je plaise) (outros verbos que se comportam de forma semelhante são complaire, taire, coudre, lire, dire, suffire, cuire, conduire, déduire, introduire, produire, séduire, traduire, construire, détruire, nuire); no caso de outros verbos é "ss" que tem essa função (paraître, nous paraissons, je paraissais, que je paraisse) (ainda naître e croître); no caso de faire, "s" aparece em P4 e P5 do presente e no imperfeito, e "ss" no subjuntivo (nous faisons, je faisais, que je fasse); no caso de pouvoir, só "ss" aparece, no subjuntivo (que je puisse) (a existência de "v" no radical já permite a "ligação" em outros casos) (no caso de savoir, é "ch" que cumpre a mesma função, que je ***sache); "v" desempenha essas mesmas funções em verbos como boire e écrire, e "vl" em verbos como absoudre, dissoudre, résoudre (nous buvons, je buvais, que je boive, nous écrivons, je ecrivais, que je écrive, nous absolvons, je absolvais, que je absolve) (no caso de verbos que já possuem "v" no radical [pouvoir, suivre, vivre], essas "ligações" ocorrem naturalmente); no caso de moudre é "l" que desemplenha essas funções (nous moulons, je moulais, que je moule); em alguns verbos com "d" no radical, há elisão dessa consoante em P4, P5 e P6 do presente e do subjuntivo e no imperfeito (a "ligação" é feita pelo "n" anterior, que muitas vezes dobra) (prendre, nous prenons, je prenais, que je prenne) (outros casos são comprendre, méprendre, apprendre, entreprendre); é "gn" que substitui "d" em outros casos (peindre, nous peignons, je peignais, que je peigne) (também joindre, craindre, plaindre, contraindre); a mesma consoante "d" que desaparece nesses casos é, entretanto, utilizada como "consoante de ligação" em tempos futuros de verbos como valoir e vouloir (je vaudrai, je voudrai); a assimilação do "r" gera formas do futuro como je pourrai, je saurai; "x" é introduzida como terminação característica de P1 e P2 em pouvoir, valoir, vouloir e faillir;
- uma particularidade do italiano é a utilização da forma composta e não simples dos condicionais: "mi disse che non si sarebbe mais sposato" (Brito et a., p. 199);
Sistema numérico vigesimal típico do francês: quatrevingt, quatre-vingt-dix, soixante-dix (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 270).
Das línguas românicas ocidentais o português talvez seja a mais rica no que diz respeito à flexão dos adjetivos. Em italiano e espanhol, os adjetivos variáveis são mais numerosos que em francês. Em francês, a maioria dos adjetivos variáveis não realiza a oposição sing./pl. (Iorgu Iordan y Maria Manoliu. Manual de Lingüística Románica. Revisión, reelaboración parcial y notas por Manuel Alvar. Dacrid: Editorial Gredos, 2004, tomo I, p. 260).
***em português, são femininos os nomes derivados com o sufixo "agem"; ao contrário, são masculinos aqueles derivados com sufixos correspondentes em espanhol, italiano e francês (el lenguaje, il linguaggio, le langage) (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 97);
***em português, são femininos os nomes derivados com o sufixo "agem"; ao contrário, são masculinos aqueles derivados com sufixos correspondentes em espanhol, italiano e francês (el lenguaje, il linguaggio, le langage) (Brito, Ana Maria et al. Gramática Comparativa Houaiss. Quatro Línguas Românicas. São Paulo: Publifolha, 2010, p. 97);
- caráter arcaico do sardo: isolamento da Sardenha (colonizada inclusive antes das várias outras províncias) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 54);
- caráter "nodal" do provençal ("lazo... entre las dos penínsulas (Itálica e Ibérica), y, al mismo tiempo, entre éstas y la Francia septentrional"; Iordan y Manoliu, tomo I, p. 79); antiga langue d'oc (p. 90);
- francês como menos românico "de todos los idiomas herderos del latín" (Iordan y Manoliu 2004, tomo I, p. 79);
- caráter fragmentado do italiano (dialetos e falas locais; condições políticas e econômicas históricas da Itália); língua literária (que remonta a Dante, Boccaccio e Petrarca): florentino (Iordan y Manoliu 2004, tomo I, p. 83-84);
- caráter "nodal" do provençal ("lazo... entre las dos penínsulas (Itálica e Ibérica), y, al mismo tiempo, entre éstas y la Francia septentrional"; Iordan y Manoliu, tomo I, p. 79); antiga langue d'oc (p. 90);
- francês como menos românico "de todos los idiomas herderos del latín" (Iordan y Manoliu 2004, tomo I, p. 79);
- caráter fragmentado do italiano (dialetos e falas locais; condições políticas e econômicas históricas da Itália); língua literária (que remonta a Dante, Boccaccio e Petrarca): florentino (Iordan y Manoliu 2004, tomo I, p. 83-84);
***substrato (latim e românicas [?]): línguas faladas nas regiões colonizadas pelos romanos antes da introdução do latim;
***superestrato (latim e românicas [?]): línguas germânicas introduzidas nessas regiões depois da romanização (por povos invasores que se tornam dominantes, mas seguem utilizando o latim); línguas eslavas na Romênia;
***adstrato (latim e românicas [?]): grego (?), árabe (Península Ibérica), húngaro e línguas eslavas (România);
(Iordan y Manoliu, 2004, tomo I, p. 45, cf. 69-70)
***superestrato (latim e românicas [?]): línguas germânicas introduzidas nessas regiões depois da romanização (por povos invasores que se tornam dominantes, mas seguem utilizando o latim); línguas eslavas na Romênia;
***adstrato (latim e românicas [?]): grego (?), árabe (Península Ibérica), húngaro e línguas eslavas (România);
(Iordan y Manoliu, 2004, tomo I, p. 45, cf. 69-70)
idiomas crioulos:
- malaio-espanhol (Filipinas)
- negro-espanhol (Haití e Trinidad)
- negro-português (Senegambia)
- malaio-português (Jakarta)
- indo-português (costa oeste da Índia) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 114-15)
- malaio-espanhol (Filipinas)
- negro-espanhol (Haití e Trinidad)
- negro-português (Senegambia)
- malaio-português (Jakarta)
- indo-português (costa oeste da Índia) (Iordan y Manoliu, tomo I, p. 114-15)